Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os Açores, o Principado e a sua Bandeira...

Nunca descurando da visão estruturada e global de Portugal bem como dos países de expressão portuguesa que sempre caracterizou o Senhor D. Duarte Pio, incessantemente pioneiro e arauto na defesa primeira de Timor, quando este assunto, sublinhe-se, não era "moda", designadamente quanto às atrocidades cometidas àquele povo pelo antigo governo indonésio, assim, neste contexto, numa óptica deveras e assaz interessante da Região Autónoma dos Açores, poderia, num cenário de (re)continuidade de regime monárquico, ser um compósito estatutário do Reino Unido de Portugal, conforme referiu o Senhor Duque de Bragança ao jornal Açoriano Oriental.

Aproveitando esta lógica, ficaria como bandeira nacional a bela bandeira azul e branca, cores que sempre distinguiram Portugal ao longo de oito séculos, e para os Açores, que poderiam ser qualificados (e porque não...?) como Principado ou não fosse esta Região bem mais vasta em área e culturalmente mais dispersa do que o Mónaco, sendo que este micro Estado possui uma  assinalável e distintiva projecção no mundo, em grande parte por ter a família Grimaldi no poder. Neste cenário, puramente ensaístico, fica uma proposta de bandeira para o Principado dos Açores:

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

João Ferreira Rosa em entrevista ao jornal «O Diabo»

«Ainda os rapazes do site ‘31 da Armada’ não eram nascidos – e já o fadista João Ferreira Rosa hasteava todos os dias a bandeira azul e branca no mastro de sua casa. “O Diabo” foi ouvir um dos mais destacados defensores da Monarquia em Portugal.

“O Diabo” – A Monarquia é fácil de explicar ao povo, 99 anos depois da instauração da República?

João Ferreira Rosa – Facílima. Há doutores que podem fazê-lo com grandes tratados. Mas sabe quem pode explicá-la melhor? Os portugueses (e são mais de um milhão) que vivem e trabalham nos países onde há Monarquia: na Holanda, no Canadá, na Austrália, na Suécia, na Inglaterra, no Luxemburgo, em Espanha, na Bélgica. Só que esses não passam na televisão. Dantes havia uma censura, agora parece que cada qual tem a sua…

“O Diabo” – Porque é que é monárquico?

J.F.R. – Não quero ter um Chefe de Estado eleito. O Rei não é de facção nenhuma nem lhe sobe a importância à cabeça: é importante desde que nasce e representa todos. O Rei é o chefe natural da nossa família comum.

“O Diabo” – Acha que os monárquicos têm conseguido “fazer passar a mensagem”?

J.F.R. – Há por aí alguns condes e viscondes, falsos monárquicos, que dizem que o povo não está preparado. O único que está preparado é o povo. O povo está preparadíssimo! Eles é que não querem Rei. São uns snobs. Acham que ser monárquico é ser nobre. Nobre? Mas querem gente mais nobre do que o povo? A esses condes e viscondes, o Senhor D. Carlos não dava confiança. Queixavam-se de que o Rei não tinha Corte! Pois não: a Corte do Rei era o povo! Ele ia para Vila Viçosa e era com o povo que queria estar.

“O Diabo” – Quais são as desvantagens de um Presidente eleito?

J.F.R. – Desde logo, só se pode concorrer à Presidência apoiado por muito, muito dinheiro e um partido político. Portanto, ganha quem tem mais dinheiro e representa uma facção. Sabendo como a República foi feita, só uma pessoa desonesta pode querer candidatar-se a Presidente. A República foi feita por meia-dúzia de traidores, assassinos e ladrões. Quando assassinaram o Senhor D. Carlos e o Príncipe, em 1908, até os republicanos franceses disseram: ‘Mataram o Rei mais culto da Europa’. No dia 5 de Outubro, aquela Câmara Municipal de Lisboa, onde agora estes rapazes hastearam a bandeira nacional, era uma galeria de gente horrível. O José Relvas e todos os outros. Uns criminosos. Mataram gente. Não eles, pessoalmente: mandaram a Carbonária. São figuras sinistras. A instauração da República é um filme de terror. Por isso nunca a referendaram. Nenhum país no mundo tem uma ditadura com 100 anos, como nós temos. E não se pode dizer isto. Ninguém me convida para ir à televisão dizer isto. E quando me convidam para cantar, querem sempre que cante ‘O Embuçado’ e umas coisas inocentes. É tenebroso. Ainda no outro dia me fizeram uma entrevista para uma televisão e estiveram a gravar mais de uma hora. Eu só lhes dizia: ‘Mas para quê gravar tanto tempo, se não vai sair nada do que eu estou a dizer?’. Claro: saíram três frasesinhas, a respeito de Fado…

“O Diabo” – Portugal tinha uma boa Monarquia?

J.F.R. – Tinha uma Monarquia exemplar, comparada com as outras. Ainda há tempos estiveram aqui uns noruegueses e disseram a quem os quis ouvir: ‘Vocês, com a História que têm e com os Reis que tiveram, tinham obrigação se ser monárquicos’. A República assenta num lago de sangue. É um crime que nunca foi julgado. Não foi o povo que matou o Rei. Os maiores democratas que nós tínhamos eram o Senhor D. Carlos e a Família Real. O Alfredo Marceneiro contava isso. Ele era operário, nessa altura, vivia em Santa Isabel e assistiu ao 5 de Outubro. Houve um dia um programa de fados na televisão, feito em Pintéus, e gravaram uma conversa minha com o Marceneiro. Como era 5 de Outubro, eu perguntei-lhe: ‘Tio Alfredo, o que é que esta data lhe diz?’. E ele respondeu: ‘Sim, filho. Eles, primeiro, mataram o Rei e o Príncipe. Em Lisboa, o povo ficou a chorar. Passados dois anos, andaram grupos pelas ruas, aos tiros e aos gritos, a dizer ‘não saiam de casa, é uma revolução’. O povo acobardou-se e eles fizeram a República’. E foi mesmo assim. A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso. E ainda hoje eu vejo muito pouca gente a intitular-se republicana. São raros.

“O Diabo” – O povo é monárquico?

J.F.R. – Aqui em Alcochete, por exemplo, muito povo é monárquico. Depois do 5 de Outubro, o barco de ligação a Lisboa continuou durante anos a içar a bandeira real. E só acabaram por desistir porque, quando chegavam a Lisboa, tinham a Guarda Republicana em cima deles.

“O Diabo” – E continuam monárquicos?

J.F.R. – Eu até tenho amigos comunistas monárquicos!

“O Diabo” – O facto é que vivemos em República…

J.F.R. – Pois se a Constituição nem sequer permite que se ponha em causa o regime! É uma vergonha. E agora, na próxima Assembleia, que terá poderes constituintes, não acredito que tenham a coragem de mudar. O Medina Carreira é que os topa! Esse grande senhor daria um grande conselheiro do Rei de Portugal. Diz as verdades. Só que depois nada acontece. Ele chama-lhes ladrões, chama-lhes tudo, mas eles não têm a coragem de levar o senhor a tribunal. Se isto não levar uma volta, eu não vou morrer cidadão da República Portuguesa. Não há ninguém mais português do que eu. Mas morrer debaixo da bandeira da República, isso não. Mais vale ir morrer longe.

“O Diabo” – A República vai fazer 100 anos. Que acha que deviam os monárquicos fazer em 2010?

J.F.R. – Devíamos exigir o referendo. A melhor comemoração era fazer-se o referendo sobre o regime no dia 5 de Outubro de 2010. Isso é que era.

“O Diabo” – Acompanhou os casos dos jovens monárquicos que substituíram a bandeira republicana pela bandeira azul e branca…

J.F.R. – A mim nasceu-me uma alma nova com esta gente. Fiquei orgulhoso. Senti-me recuar aos 20 anos. O que incomoda ainda mais a corja republicana é que são jovens. Porque isto desmente a propaganda republicana de que a Monarquia é uma coisa de velhos. Eu sou monárquico desde que comecei a pensar, desde rapazinho. Sou monárquico por pensamento, não por herança de sangue.

“O Diabo” – Acha que este caso vai ter consequências?

J.F.R. – É preciso que estes bravos sejam julgados! É preciso fazer coisas, como eles fizeram, para sermos julgados e podermos dizer em tribunal o que se impõe que se diga! É uma infâmia não nos deixarem falar. Eu, com 72 anos, não me importo nada de ser preso como monárquico! Teria o maior orgulho! A República é um crime que continua por julgar.»

in Jornal «O Diabo», 25.08.2009, p.8, direitos reservados a este jornal.

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Os Açores no canal Odisseia

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As pequenas diferenças…

São as "pequenas" (mas grandes…afinal) diferenças que sempre foram tratadas de modo distinto, na relação povo e chefe de Estado, antes de 5 de Outubro de 1910. Para os chefes de Estado antes de 1910, era mais do que um juramento ajudar os portugueses. Por conhecer bem este facto, os republicanos da altura sabiam que a única forma de fazer cair a Monarquia era pela força das armas e não pelo voto. Daí o povo ter permanecido ao lado do seu Rei até e para além da aludida data. Aquando da Monarquia do Norte, heroicamente liderada por Paiva Couceiro, mesmo aí, o suposto exército monárquico era composto maioritariamente por povo e não por soldados profissionais.

Na Monarquia não temos apenas os grandes feitos áureos do tempo dos Descobrimentos, fase em que Portugal era potência mundial. Muito depois disso, a grande diferença para a república, esteve em pequenos (grandes) actos como: a consagração de Portugal a N. Senhora, sem dúvida acto de índole religiosa, mas que pode não deixar de ter uma estreita leitura política, i.e., simbolicamente fundir o poder real ao Povo pois deixaram os reis de Portugal de usar coroa (só Portugal o fez), bem como sendo a Virgem Santa rainha (ainda hoje) de todos os portugueses, era manifestamente um meio de demonstrar que, perante Ela, Rei e Povo estavam paritários; já sem desenvolver outros factos históricos, como: a abolição da pena de morte (pioneiros no Direito Penal); luta pela abolição da escravatura, etc, etc.
Se tivermos atentos, nesses compósitos valorativos e humanizantes que definem uma nação evoluída em direitos do Homem, Portugal decai (gráfica e proporcionalmente) com a I, II e III república. São factos e contra factos...

Terminamos com o exemplo do Rei D. Pedro V, que apesar de ter reinado pouco tempo e ter morrido novo de doença, o povo (que somos todos nós) tinha uma absoluta veneração por este Rei. No seu reinado, Portugal foi atingido por duas epidemias: 1853 a 1856 e 1856 a 57. Durante esses anos o monarca, em vez de se afastar e resguardar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes. Ora, porque haveria o Rei de fazer isso ? Ele não necessita de votos para estar no poder. Será que a resposta residirá numa real vontade de estar solidário com os seus concidadãos que viam nele protecção e um genuíno consolo ?
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

O caminho em direcção às grandes gentes de Tabuaço

A 18 de Março do corrente ano, referimos, em comentário a um artigo do jornal Público online, não conhecermos Tabuaço. Porém, sempre tivemos em alta consideração a atitude, e até o génio, dos tabuacenses. Recordamos o famoso senhor do relógio, falecido alguns anos atrás, que foi notícia pela invenção de uma vida que se baseava num complexo e muito preciso relógio de grande proporção. Firmas estrangeiras quiseram comprar a patente, mas aquele senhor nunca se interessou pelo ganho mas antes pela "arte" do seu próprio engenho. Tivemos o privilégio de conhecer ilustres tabuacenses, homens de cultura e conhecimento. Foi neste contexto que comentamos o, então, propósito do Sr. Presidente da Câmara de Tabuaço em hastear a bandeira azul e branca, na eventualidade de não haver melhoramentos nas condições de acessibilidade terrestre àquele território. Não obstante a injecção dramática sobre este assunto, é relevável que o Sr. Presidente da Câmara de Tabuaço, quanto à substância da posição que assumiu, além de centrar o problema do esquecimento do interior do país (problema real e efectivo), e do favorecimento dos grandes centros populacionais em desfavor dos pequenos, não menos importantes, recordou igualmente aos portugueses quem nunca se esqueceu de Portugal no seu todo, pois era movido pelo genuíno e primaz ideal de servir as suas gentes. Daí ter-nos recordado quem era representado por uma bandeira azul e branca e foi o nosso chefe de Estado Constitucional até de 5 de Outubro de 1910.

Como nota final de referir que em relação ao nome Távora, em especial às origens do respectivo Marquesado, nome este «de raízes toponímicas, derivado do lugar de Távora (hoje freguesia de Távora, no concelho de Tabuaço, distrito de Viseu), que por sua vez o teve do rio do mesmo nome, afluente do rio Douro, que nasce nas proximidades de Trancoso e vai desaguar junto a Tabuaço (S. João da Pesqueira).

Parece que 1º a usar este nome foi Lourenço Pires de Távora, o velho, nascido no início do séc. XIV ou final do XIII, como diz o conde de Barcelos D. Pedro (c. 1285-1354), seu contemporâneo, que com ele começa a família.» in Família/História/Tavora, site http://www.fronteira-alorna.pt/index.htm .

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Autonomia dos Açores e o Tribunal da Relação

Foi no reinado S.M. El-Rey D. Miguel I que foi criado o Tribunal da Relação dos Açores. Curioso?! Foi este monarca, supostamente absolutista (embora "inexplicavelmente" tão aclamado pelo povo aquando do seu retorno a Portugal), que soube tão bem compreender a Autonomia. Já naquela data! Embora seja legítimo existirem reservas quanto ao resultado de um tribunal da relação nos Açores, não é admissível "questionar" a pretensão. Neste último domínio, é mais uma vez reveladora a atitude sempre aberta da monarquia VS o centralismo que a República revelou ao extinguir o feito, em 1910.

Registe-se ainda, que nunca nenhum Rei constitucional infligiu "correctivos" públicos aos Açores, nunca nenhum Monarca sequer se dirigiu assim aos açorianos. A história revela que o Rei é o inverso dessa postura...unifica de forma descentralizada.

«A Relação dos Açores foi criada pelo mesmo decreto que reformulou a organização judiciária do país e procedeu a nova divisão judicial do território (n." 24 de 16 de Maio de 1832). O Título I, Artigo 2.° constituiu o arquipélago dos Açores em círculo judicial, sendo a cidade de Ponta Delgada o centro deste círculo que se dividia em três comarcas: ela compreendia as ilhas de São Miguel e de Santa Maria; a 2.a as ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, com sede em Angra do Heroísmo, e a 3.a as ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo, com sede na cidade da Horta.O Título II, Artigo 6° determinava que em cada círculo judicial houvesse um Tribunal de Segunda Instância, composto por um presidente e seis juízes. No § 1º refere-se que os tribunais de segunda instância seriam todos iguais em graduação e das suas decisões só poderia haver recurso por revista. Junto do Tribunal, conforme determinava o § 3.° do Título II do mesmo decreto, havia um procurador régio com a mesma graduação e ordenado dos membros do Tribunal. O Governo Provisório da República, por decreto com força de lei, de 24 de Outubro de 1910, determinou, no Artigo 1º § 1, que o Tribunal da Relação dos Açores fosse extinto a partir do dia 30 de Novembro desse ano e que os processos, arquivos e mobiliário deveriam ser enviados, pela mala imediata, ao Tribunal da Relação de Lisboa, onde seriam distribuídos. Os magistrados em exercício seriam integrados nas Relações do Porto e de Lisboa

Ainda a este propósito, a Monarquia, enquanto existiu, sempre foi o sistema mais aberto às autonomias arquipelágicas. Entre enumeros exemplos espalhados pela história, relativamente à descentralização das nossas ilhas, relembrem-se, em destaque, a criação da própria Autonomia stricto sensu e o aludido Tribunal da Relação (extinto com a república).

O Senhor Duque de Bragança assume e expressa o que pensa sobre esta questão ("Autonomia"), sem reservas mas sempre a coberto da verdade dos factos que a história lhe confere. Neste seguimento o Senhor D. Duarte propõe um meio formal adequado de modelo de maior abertura e progresso para os Açores.

Como apontamento final: seja concedido o direito (constitucional) de escolher.
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

«"Tudo pode e deve ser debatido" - Manuel Alegre sobre a monarquia»

«É verdade, a frase é mesmo de Manuel Alegre sobre a hipótese de restauração da monarquia em Portugal, e foi dita ao O Diabo, que saiu ontem (dia 18 de Agosto). Existe um mito enorme, criado pelos republicanos, de que a monarquia é de direita e a república é de esquerda - mais do que um mito estamos perante um dogma. Basta termos bom senso e lermos um pouco da História do nosso país, para percebermos que isto é mentira. A monarquia só pode existir, como o Sr. D. Duarte está farto de referir, em democracia - e a democracia não é da esquerda nem da direita, é de todos e para todos, como o Rei.

Pouca gente sabe e poucos foram os historiadores que se deram ao trabalho de investigar o assunto, mas o primeiro partido socialista a existir em Portugal (o Partido Socialista Português) tinha imensos monárquicos (a maioria dos militantes) e existem relatos da época que comprovam que o mesmo foi apoiado pelo Rei D. Manuel II. Os socialistas tinham na época por certo de que o regime era uma questão secundária e que as condições de vida dos operários iriam piorar se a república fosse implantada. Não é que tiveram razão?

Mas podemos ir mais longe. Quantas pessoas é que se deram ao trabalho de investigar e estudar os imensos monárquicos que foram oposicionistas do Estado Novo? Querem exemplos? Que tal o Henrique Barrilaro Ruas, que no I Congresso da Oposição Democrática foi o primeiro orador a exigir "a entrega imediata das colónias aos seus povos"? Ou então o advogado João Camossa, que num processo em que defendia oposicionistas ao regime salazarista foi o primeiro e único caso em que um advogado passou da sua condição a arguído. Confrontado com o problema foi até à casa de banho e apresentou-se perante o juíz fascista a dizer que por baixo da toga estava completamente nu e que se fosse constituído arguído a teria que despir - o juíz fascista não teve coragem de o constituir arguído.
Então e o Francisco Sousa Tavares e a Sophia de Mello Breyner? E o pai de Sottomayor Cardia? E o pai de Jaime Gama? E o Gonçalo Ribeiro Teles? E o Sá Carneiro? E o Henrique de Paiva Couceiro? E a Amália Rodrigues? E os outros, tantos outros que eram de esquerda uns, de direita os outros, mas que tiveram como marca comum a luta, de peito aberto ou na clandestinidade, pela democracia em Portugal? Só os republicanos são herdeiros da resistência ao Estado Novo? Só? Chega de demagogia. A Liberdade quando nasceu foi fruto de todos e nasceu para todos.
Se perguntarmos a qualquer socialista ou pessoa de esquerda quais são os líderes políticos em que mais se revêm, as repostas vão ser óbvias e vão aparecer de certeza estes quatro nomes: Olof Palme, Felipe Gonzales, Tony Blair e José Luís Zapatero. O que têm em comum? Todos governaram em monarquia e nunca a contestaram.
Então e não será óbvio que qualquer militante do Bloco de Esquerda se revê no modelo social liberal do Reino da Holanda? E o afamado modelo económico escândinavo defendido à boca cheia pelo PS? Os países escandinavos também são monarquias.
É por estes motivos que Manuel Alegre tem razão, "tudo pode e deve ser debatido". Por isso está na hora da esquerda abandonar os dogmas. Por isso está na hora de passarem a palavra ao povo, que eu acredito ainda é quem mais ordena.»

Publicado por João Gomes de Almeida.
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Para resgatar Portugal da absoluta descrença já só acreditamos no Senhor D. Duarte de Bragança


As notícias trazidas ontem pelo jornal Público, relativas a supostas escutas do Governo sobre a Presidência da República Portuguesa (ou «algo de anormal se passou», nas palavras do conselheiro de Estado António Capucho), por um lado, e, por outro, um suposto uso de assessores da Presidência para elaboração do programa de governo de um partido político, são demasiado graves para acreditar. Por (muito, muito) menos a Monarquia sucumbiu ante revolucionários avessos à vontade do povo. Contudo, em verdadeira democracia, mesmo que conceptualmente exista esta suspeita sobre "espionagem" e penumbra entre a Presidência e um partido, é de si só extremamente grave a mais leve dúvida.

Assim, neste domínio, não deixa de estar em jogo o prestígio e o bom-nome do jornal Público, diário que contribui para opinião, verdade e informação dos portugueses. Compete à sua Administração não lagar esta matéria "em mãos alheias" e demonstrar, afinal, se o afirmado é ou não verdade. Que não se deixem entorpecer por supostos nevoeiros camuflados de "Silly Season". Não bastasse a absoluta desgraça em que Portugal submergiu com as duas primeiras repúblicas, se realmente for comprovado o que veio a público, é muito grave e é a absoluta demonstração como (também) a 3.ª república não funciona, provando, assim, a necessidade de repensar o regime com base na vontade dos portugueses.

Exige-se, pois, que a Presidência da República preste um cabal esclarecimento aos portugueses. Não sendo prestado...é motivo mais que suficiente para questionar toda a «dignidade da democracia» (como disse, e bem, o deputado Manuel Alegre) e, inerentemente, o regime implantando. Alteração ao artigo 288.º alínea b) da CRP. Impor-se-á o referendo. Perca-se o medo de dar a escolher aos portugueses, aquilo que lhes foi tirado à força das armas em 1910. Acabe-se, de uma vez por todas, com a hipótese de sequer dar azo a estas supostas (e graves) irregularidades entre órgãos de Soberania. Porque não: o poder ao Governo e a representação, o prestígio além fronteiras e a actividade moderadora ao Rei ?

É neste contexto, em razão da política que temos hoje e dos seus respectivos agentes, que para resgatar Portugal de todo este descrédito, já só acreditamos no Senhor D. Duarte, actual Duque de Bragança, descendente directo S.M. El-Rey D. Miguel I, por via de seu avô D. Miguel II e, ainda, em especial, por seu distinto pai, de boa memória, D. Duarte Nuno, nunca descurando que sua mãe descendia directamente do ramo liberal dos Bragança.
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sábado, 15 de agosto de 2009

E se Portugal não tivesse sido alvo do golpe de Estado revolucionário de 1910 e tivesse mantido a sua lógica histórico-constitucional ?

Aquando do assassinato do Rei D. Carlos poder-se-ia qualificar Portugal, com razoável clareza, como sendo um país mediano na Europa, isto recorrendo a uma forma de expressão usual e generalizada. Para efeito desta qualificação, não fora, contudo, descurada uma conjugação objectiva de diversos aspectos. Naquela altura, relembre-se, ainda contavam, individualmente, diversos países que, posteriormente, integraram a U.R.S.S. . Presentemente, o nosso Portugal, nos mesmos aspectos, situa-se na sua cauda.

Admitindo, por hipótese, e de uma perspectiva meramente ensaística, que, no decurso da História Portuguesa, não ocorria, em 1908, o assassinato do Rei D. Carlos e que também não seria facto o que sucedeu em 1910 (igualmente pelas armas), i.e., a instauração de uma I República que, objectiva e comprovadamente, revelou-se desastrosa e desregulada para Portugal, fazendo cair o modelo democrático de Estado Monárquico. Assim, neste contexto, hoje, potencialmente, havia a sólida possibilidade de não ter existido uma I República, subsequentemente um Estado Novo e consequente um 25 de Abril. Portugal perdeu demasiado tempo neste encadeamento.

Não seria ilógico Portugal ter seguido, neste outro cenário, um formato similar ao Império Britânico para o ex-ultramar, dada a sua então tradicional proximidade ao modelo político daquela nação (situacionismo hoje alterado e orientado para o modelo jacobino francês), criando-se uma variante de Commonwealth portuguesa. Aos povos irmãos de África teria sido dada a liberdade sem ter passado pela força. Podiam ter sido retirados habilmente, para ambas partes, benefícios económicos, permitindo situar todas estas nações num patamar bem mais sustentável quer face à Europa, no caso português, quer face à comunidade africana, nos casos das ex-colónias.

Alterando-se, o regime de Estado, sendo restaurada a Monarquia, por via referendária que possibilitasse a continentais, açorianos e madeirenses, em democracia e liberdade, expressar esse mesmo novo caminho, hoje, num Portugal que se quer Comunitário, mas que terá de sacrificar, face à estratégia europeia, parte da sua autonomia de Estado, resta-nos apenas uma vincada representatividade e uma veemente afirmação da nossa cultura. Demonstra a História e um vasto conjunto de países evoluídos da vizinha Europa que esta missão é mais adequada ao Rei que, até pela possibilidade de ter maior tempo na chefia de Estado, facilita que, no extremo do mundo, alguém nos volte a conhecer.
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domingo, 9 de agosto de 2009

"Não tenho amigos de pé-descalço"

«Fernando Mascarenhas, marquês de Fronteira, nasceu numa classe privilegiada, faz parte da elite mas sempre pensou à esquerda. Precisou disciplinar-se para vencer o orgulho.

Cândida Santos Silva

10:55 Sexta-feira, 7 de Ago de 2009


Fernando Mascarenhas, 64 anos: "Não sou vaidoso mas também não sou humilde. Não tenho ponta de soberba, tenho alguma vaidade e gosto de me ver ao espelho"

José Ventura

Fernando Mascarenhas, a quem já chamaram o "marquês vermelho", é dono de nove títulos nobiliárquicos. Apesar de ter nascido numa classe privilegiada, sempre pensou à esquerda.

Antes do 25 de Abril, as portas do palácio de Fernando Mascarenhas, em Monsanto, abriram-se para reuniões clandestinas, escandalizando por isso muita gente da sua classe social. Tem como hóbi fazer brincos e colares de prata e pedras semi-preciosas, onde diz gastar muito dinheiro.

Na vida, Fernando Mascarenhas diz que conquistou duas coisas a pulso: "A autonomia e o respeito dos outros, sobretudo da minha família, e ter deixado de ser um pinga-amor".

Aos 64 anos, o marquês de Fronteira diz que não é vaidoso, mas também não é humilde. Gosta de se ver ao espelho e confessa que o seu maior vício é o chocolate.

Leia mais na Revista Única da edição do Expresso de 8 de Agosto ou clicando aqui, onde a edição da banca está disponível para assinantes a partir das 00h01 de sábado.»

Fonte - Expresso.

Comentário - Não partilhamos, em larga escala, do pensamento e da actuação sócio-ideológica de Dom Fernando José Fernandes Costa Mascarenhas, 13.º Conde da Torre, de juro e herdade, 12.º Marquês de Fronteira, 13.º Conde de Coculim (títulos da família Mascarenhas), 14.º Conde de Assumar, 10.º Marquês de Alorna (títulos da família Almeida Portugal). Contudo, em consciente opinião, tal realidade não nos coíbe de reconhecer, ao Marquês de Fronteira e Alorna, três aspectos advindos da sua, dir-se-ia, magnificente personalidade: (1) perseverança em ter mantido, em república, um enorme património que lhe foi legado, de difícil gestão; (2) coerência com aquilo que, bem ou mal, sempre defendeu e acreditou; (3) apesar não satisfazer "gregos e troianos", isso nunca lhe incomodou, sendo sempre uma pessoa que transmitiu ser positivo (testemunho fulcral aos portugueses de hoje) e, em nosso entendimento, consequentemente acaba por ser uma "personagem" pública interessante para o nosso Portugal republicano taciturno...

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A estabilização institucional

A chefia de Estado por um Rei é exercida por intermédio de vectores orientadores plenamente amadurecidos, pois não emanaram de uma só pessoa que reina por uns anos, mas antes de um vasto legado que, com base numa específica preparação de nascença (e aconselhada), é transmitido de uns para outros. Assim é possível dar uma mais adequada estabilidade às instituições, numa lógica que reinar não é um conto de príncipes e princesas, mas antes um fardo que deve ser exemplo conjugado de conhecimento, cultura, rigor, bom senso, apartidarismo e de nunca cair na realidade de contra-poder. Por intermédio dos media, resulta diariamente claro, que as instituições em Portugal estão a necessitar, a cada dia que passa, de estabilidade (nem que cronológica), a mesma estabilidade que suporta países como os reinos da Dinamarca, da Suécia, da Holanda, da Espanha, da Inglaterra, do império do Japão, etc, etc. Os ora britânicos, já tiveram uma república. A este propósito, a única república que tiveram, a dos Cromwell, durou cerca de 7 anos. Em Portugal a república já leva mais tempo…cerca de 99 anos. Os portugueses precisam de alguém que os represente temporalmente de forma estrutural e não conjuntural.

Na época dos Reis, era fácil constatar tão genuína e massiva predisposição dos portugueses irem com alegria às ruas felicitar os seus representantes ou a demonstrarem o pesar pelos seus falecimentos. A título de exemplo, é absolutamente indescritível a motivação que levou multidões ao enterro da Rainha D. Amélia (de origem francesa), soberana esta que já estava exilada há décadas, mas nem por isso demoveu a memória carinhosa e retribuída do povo português para com ela. Motivo: empatia intrínseca pela Família Real. O pragmatismo e o profissionalismo é fundamental a Portugal, contudo falta hoje um elemento subjectivo igualmente ponderoso: paixão. Paixão entre os portugueses e o seu Estado, o mesmo elo que existiu, durante quase 800 anos, antes de 1910. Convictamente entende-se que o fenómeno da absoluta descrença do povo português para com os seus líderes, que se comprova, infelizmente, pela cada vez maior abstinência da ida às urnas eleitorais, pode ser reabilitado, nos nossos dias, por intermédio da restauração da monarquia e retorno da Família Real.

Admitindo um novo contexto, capaz de gerar paixão entre os portugueses e as suas instituições, evoquemos um elemento societário que, em Portugal, se tem revelado positivo, concretamente o fenómeno do futebol, em particular da Selecção Nacional. Hoje, o respeito inequívoco dos portugueses dirige-se para fenómenos desta índole, reservando-se àqueles que têm conseguido ter frutos, os mesmos que, curiosamente, se têm mantido mais tempo, sublinhe-se, nos lugares de responsabilidade, fugindo às modas da "mudança". Regressando, mais em concreto e novamente, ao contexto desportivo, de salientar que o investimento na formação futebolística trouxe a Portugal, aquilo que alguns anos atrás nos parecia impossível: sucesso, respeito, divulgação e representação. Seleccionadores, treinadores, futebolistas. Também já fomos capazes noutros campos mais interventivos à sociedade, outrora, aquando dos Descobrimentos (Economia, Política, etc). Hoje podemo-lo ser novamente em diversos domínios. É preciso restaurar e acreditar. É preciso incutir de novo nos portugueses, na exacta medida, o espírito que já tiveram do V Império.

 Assim, que nunca se esqueça: com um Rei novamente em Portugal, não haveria um representante de Estado ex-líder de um qualquer partido, não haveria um representante de esquerda ou de direita.

Por fim, atente-se às declarações, prestadas à RTP, por pessoas que se deslocaram, propositadamente, ao aeroporto do Funchal para esperar o Rei, não o de Portugal, mas o da Espanha. Foram lá imbuídos de alegria e curiosidade, como se tivessem ido esperar um ente querido que chega de longe. A questão deve impor-se: será que para o seu presidente, o povo (que somos todos nós), dedicou tanta atenção naquele evento, naquele dia e àquela hora da sua chegada ?

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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Paladino


Excertos da obra «Um Herói Português – Henrique Paiva Couceiro (1861-1944) – Biografia»

Por Valente, Vasco Pulido; 1.ª edição; editora Alêtheia; 2006

- Deixado o aviso: «(…)”abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem” (…)». (páginas 133 e 134)

- Coragem extrema: «Em 31 de Outubro de 1937 (…) escreveu a Salazar, invocando o artigo 8, número 18 da Constituição de 1933, como milhares de portugueses durante os quarenta anos seguintes. Num tom insolente e quase brutal, Couceiro prevenia o Presidente do Conselho da existência de um movimento separatista em Angola, com cumplicidades no estrangeiro. (…). Mas, prevenia o Paladino, embora Salazar “mandasse de ciência certa e poder absoluto” num país que “parecia conquistado”, as “terras do Ultramar” não lhe pertenciam, tanto mais que no seu espírito “professoral” não “escapara” um “cantinho” para “o génio” e “os sentimentos” daqueles que se haviam sacrificado para “legar” à Pátria o grande “património” (…). A “integridade nacional” estava em perigo e o Presidente de Conselho não cumpria os seus “deveres de Estado”. Pelo contrário, substituíra o (…) “legítimo” Portugal do “senão, não”, por um “Portugal artificial, espécie de títere, de que o governo puxava os cordelinhos”, em que “velava a Polícia e o lápis da Censura” e que “jazia” agora em “catalepsia colectiva”. Ninguém se atrevia a falar. Falava ele Couceiro, exigindo uma imediata inversão da política colonial. E receberia com “muita honra” qualquer “incómodo” que lhe trouxesse o “cumprimento do dever”.
Perante isto, Salazar não hesitou: prendeu Couceiro (…).» (página 147)

- O fim terreno recapitula um homem: ««Em Novembro de 1939, com o fim da guerra de Espanha e o começo da guerra mundial, Salazar resolveu acabar com o desterro do Paladino. Em Janeiro de 1940, Couceiro voltou para Portugal, mais precisamente para uma casa em Oeiras, donde praticamente nunca saía. Um amigo, que o viu por essa altura, achou que “ele já não era deste mundo”. Quando a mulher, D. Júlia de Noronha, morreu em 1941, passou a fazer uma vida quase inteiramente solitária. Voltou-se, por assim dizer, às origens. Dormia num divã, “vestido e calçado”, como em véspera de batalha. Acordava às seis da manhã, “fazia o seu exercício diário de esgrima, tomava banho de chuveiro e ia rezar as orações do princípio do dia”. “Engraxava” ele próprio “as suas botas” e “os seus fatos”. Não “falava na comida”, nem para dizer bem, nem para dizer mal. Para ocupar o tempo, tratava da correspondência, lia e, excepcionalmente, recebia um amigo ou outro. Às dez da noite, tornava a rezar, e uma hora depois, pontualmente, estava a dormir.
Em 1944, o médico insistiu que ele se mudasse para Lisboa e Couceiro escolheu um 5.º andar da Avenida Praia da Vitória. Um dos “fiéis”, que o viu logo no primeiro dia, ficou impressionado: vivia num quarto “nu”, sem livros, sem objectos pessoais, quase sem nada. Mas Couceiro garantiu que tinha tudo o que precisava: um crucifixo, a bandeira azul e branca da Monarquia e três espadas, cada uma com uma etiqueta: Magul, Galiza, esgrima.» (páginas 151 e 152)


Todas as honrarias a um dos grandes bravos e portugueses de sempre, sendo a maior de todas elas a guarda do bom exemplo na memória colectiva.
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)