Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sexta-feira, 27 de março de 2015

Capitão Falcão...brevemente num cinema perto de si



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“Mulheres contra a (in)justiça saudita”

Este era o título do artigo contido na página 41, do Primeiro Caderno, de 14 de Março de 2015, do Semanário Expresso. A notícia reportava-se a “um jovem intelectual” e blogger, de 31 anos, saudita, Raif Badawi, que foi condenado a dez anos de prisão e a mil chicotadas. O crime, esse, seria essencialmente um suposto abandono, por Raif, da religião islâmica.

Nesse contexto, a peça jornalística descreve a intervenção de três mulheres, dispersas por três países em continentes diferentes (Canadá, Arábia Saudita e Suíça) e que, sendo muçulmanas, têm feito de tudo, “dia e noite”, para libertar Raif. O Expresso, por intermédio da jornalista Margarida Mota, abordou as três.

Todavia, e para ser muito franco, não foi este o assunto (supostamente principal) que me despertou interesse. Foi antes um dos subcontextos, mormente o de uma das três mulheres, Samar Badawi, irmã do detido e aquela que reside no local da discórdia: na Arábia Saudita. Refere o artigo que esta mulher sofre duplamente, porquanto tem o irmão preso e também o seu marido, Walid Abu al-Ka, o advogado de Raif e conhecido activista na região.

O Reino da Arábia Saudita é o maior país árabe da Ásia Ocidental e o segundo maior do mundo árabe (só ultrapassado pela Argélia). O Reino foi fundado pelo Rei Abd al-Aziz Al Saud prevalecendo, até hoje, a casa ancestral de sua família, a Casa de Saud.

A Arábia Saudita possuiu a segunda maior reserva de petróleo e a sexta maior reserva de gás natural do mundo, é considerada uma respeitável economia pelo Banco Mundial e possui o 19º maior PIB do mundo. Enquanto um dos maiores exportadores de petróleo, o Reino da Arábia Saudita é também um dos países mais poderosos do mundo.

Apesar da sua simpática realidade económica e de registar, em alguns domínios, determinados avanços societários qua a tornam um dos países árabes mais desenvolvidos, não é menos verdade que, na Arábia Saudita, desde da sua criação, o sistema político tem sido o de uma monarquia absoluta teocrática. Essa preponderância, até com grandes influências sobre o próprio Governo, advém, de certo modo, da importância deste Reino ser a "Terra das Duas Mesquitas Sagradas", ou seja por comportar as mesquitas al-Masjid al-Haram (em Meca) e al-Masjid an-Nabawi (em Medina), os dois lugares mais sagrados do islamismo.

Colocado o contexto, recuperava a pessoa de Walid Abu al-Ka, o advogado de Raif Badawi e marido de Samar. Este homem, enquanto activista, é um incansável defensor daquilo em que acredita, a prova disso advém do facto de estar preso pelo regime que contrapõe. Assim, contra a monarquia absoluta teocrática, é admirável, sintomático e até muito inovador nos dias que correm, que este causídico, em vez de se opor à fórmula monárquica sugerindo o que seria simples, corriqueiro, abundante e até “normal” nestes contextos, i.e. emergir a irrepreensível fórmula republicana de regime, mas não, nem pensar! Estando preso, continua a ser nos calaboiços, pasmem-se, um “acérrimo defensor de uma monarquia constitucional”. Ora, não consigo deixar de analisar este caso como sendo de um particularismo ímpar e sintomático, porquanto é o contraponto daquilo que nos faltou, em Portugal, enquanto regime, nos séculos XIX e XX. Preferimos embarcar, como ultimamente continua a ser, em modas e não defender a nossa própria estrutura enquanto Nação. É certo e sabido que um país como o Reino da Arábia Saudita tem essa grande vantagem de estar desprendido das habituais forças de pressão que nos conduziram à república e que, infelizmente, ainda hoje por aí controlam a máquina estatal e formatam a cabeça dos cidadãos, sendo por isso os sauditas mais sólidos enquanto intérpretes da Nação histórica…mesmo os seus activistas progressistas. Contudo, e ainda assim, atendendo ao legado da Monarquia Portuguesa, e dos exemplos europeus que naqueles períodos predominavam e que ainda hoje alguns proliferam, ter-nos-ia sido muitíssimo mais congruente e profícuo mantemo-nos em Monarquia. A nossa infeliz realidade hodierna isso demonstra e as democracias monárquicas avançadas do mundo enfatizam-na.

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Fui eu!

“Não dei instruções para a ocultação do passivo da ESI»

Ricardo Salgado, à Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES (19-3-2015)

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"Straight the pose"

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Não fosse eu monárquico e até era capaz de votar no Henrique Neto

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Execicio comparativo

Lanço um desafio comparativo entre os trabalhos da Comissão do GES e os da Lista VIP, e peço que analisem, fria e objectivamente, por um lado, o papel qualitativo de todos os deputados envolvidos, repito todos, sem excepção partidária, e, por outro, ponham-nas (GES e VIP) em eixo comparativo e vão certamente notar:

1.º) O bom trabalho dos deputados, com alguns mesmo em nível de excelência;

2.º) A única excepção, de seu nome João Galamba.

Façam esse exercício, desafio-vos.

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Quem diria...

Eleições em França: a esquerda dificilmente esconde a satisfação com a vitória de Sarkozy.

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WEEK SOUNDZZZzzz!


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sexta-feira, 20 de março de 2015

A Little Chaos


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O circuito das peças

Quando num circuito de várias peças uma delas é claramente mais capacitada que as restantes, essa dificilmente conseguirá ir ao seu limite de produção, porquanto o circuito não permite...prevalece a maioria...i.e. as menos capacitadas.

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Pietá por António, o cartoonista


É este o cartoon, do último sábado, do António (Expresso). Trato-o assim, na primeira pessoa, pois é assim que o artista se apresenta: tu cá, tu lá.

Pietá, relembre-se, é uma obra de Michelangelo, datada de 1499, talvez a mais emblemática das suas esculturas. Representa Jesus morto nos braços de Sua Mãe, encontrando-se exposta na Basílica de São Pedro, no Estado do Vaticano. Esta é uma obra, inquestionavelmente, prima.

Quando nos reportamos a uma obra-prima, não podemos atender apenas ao teor estético dela. Uma obra dessa magnitude é prima pois é transversal, i.e. toca diferentes componentes em cada pessoa: sentimental, religiosa, cultural, sensitiva…e também estética.

Ou seja, aquela escultura não trás significado exclusivo, como por exemplo o religioso, aos cristãos. Também um ateu, sensivelmente reconhecerá a magnificência da obra que visiona, porquanto referencia-se noutros dos aspectos mencionados e que não se resumem ao religioso.

Neste contexto, aquela obra expressa, também, para não crentes, outras dimensões que não são passíveis de catalogar, uma vez entrarmos no mais puro e restrito sentido subjectivo de análise de cada um.

Todavia, Pietá, tem igualmente um sentido humano, pois traduz o sentimento da profunda tristeza de uma mãe que perdeu um filho. Ora, é precisamente neste contexto que não é razoável brincar ou fazer analogias bacocas. O sentimento de uma mãe que chora um filho, não é mensurável e, assim, não é passível de ser transposta sequer para uma graçola política.

É pelo conjunto dos argumentos aqui produzidos que considero lastimável a tentativa do cartoonista em ser engraçado com aquela obra do escultor e precursor do Maneirismo florentino. Se dúvida não existia que António não é profícuo em bom gosto nos contextos humorísticos que cria, desde sábado passado fiquei sem dúvida que não estamos perante um humanista.

Por fim, se António alguma vez teve graça, e ainda possa eventual e pontualmente ter alguma, genericamente tem vindo a perdê-la de forma dramática. Julgo mesmo que o Expresso devia promover, em substituição, o seu colega do Caderno de Economia, que apesar de não aprofundar tanto no traço, nem lhe dar tanta primazia como faz o seu homólogo do Primeiro Caderno, Rodrigo tem hoje, imensamente, mais graça nos contextos que cria.

Never Charlie,
Pedro.

Post Scriptum: Além de tudo, e ao contrário do que o António pensa e muitos outros também, talvez não seja inteligente dar já o Passos como morto…

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Draghi, BCE e a Democracia

É transversalmente assente que Mario Draghi e o BCE, apesar de traduzirem cruas manifestações de tecnocracia (financeira), estão a recolher o protagonismo possível numa Europa descrente, sendo as suas posições reconhecidas como sinónimo de equilíbrio e, de certo modo, de antítese às políticas de austeridade assumidas pelos Estados democráticos dominantes, capitalizando, assim, as esperanças maiores de recuperar o Velho Continente.

Curiosamente, nem Dragui foi eleito, nem tão pouco o BCE é um organismo democrático.

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Bons alunos

Existem, de facto, diferenças estruturais entre Portugal e a Alemanha:

--» Eles gostam de ser bons alunos, nós não.

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"Complicativo"

Durante anos estudei, de forma apaixonada, o complexo e vastíssimo universo de conceitos kantianos e hegelianos.

Esta semana, ao assistir à audição de Ricardo Salgado, e ao ouvir os intermináveis estrangeirismos de natureza financeira, fiquei com a ligeira impressão que, afinal, sempre existe algo mais "complicativo".

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Comigo é mais simples: quando não tenho razão, peço desculpa.

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Estratégicos novamente

Cheira-me que os Açores, afinal, poderão ser estratégicos ...

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Com uma chávena de chá

As emergentes políticas de sensibilização sobre o bulling, enquanto secundadas às actuais realidades dos "casamentos" gay, co-adopções, barrigas de aluguer, etc, etc, apenas formam na minha consciência o exemplo do transatlântico que sofreu um grande rombo, está afundando, e o comandante julga que o pode salvar removendo a água com uma chávena de chá.

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Prós e Contras

As Isildas desse mundo são tão aborrecidas...novíssimas fórmulas, dez vezes à frente da ciência regulada e conhecida, foi o que uns senhores nacional socialistas andaram a fazer, nos anos 30 e 40, na Alemanha. O objecto das experiências, esse, o mesmo costume: o ser humano. Procuravam avanços, pensavam eles. A (in)dignidade humana era secundária, como hoje sabemos. 
Repudiável para mim, não para eles.

Comentário ao último programa.

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WEEK SOUNDZZZzzz!



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domingo, 15 de março de 2015

Pela Rainha



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Será isto? Para reflectir

A austeridade é avessa ao Capitalismo, pois seca-o.

O endividamento é propício ao Capitalismo, pois alimenta-o.

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Bom fim-de-semana

«O sono é para o individuo o mesmo que dar corda ao relógio.»

Arthur Schopenhauer

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Secretarias gerais...

Em pleno século XXI ainda existem partidos, no meu País, que o Secretário-Geral manda mais que o "Presidente"...

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Factos

1.º) Não existe o Presidente de todos os portugueses, nem nunca existirá. É uma ficção jurídica, materialmente irrealista;

2.º) Apenas o Rei era de todos os portugueses, precisamente por não ser eleito e pela sua figura existir antes mesmo do próprio País;

3.º) O Presidente Cavaco não está nomeando ninguém;

4.º) Esse senhor, que julgo ser actualmente de esquerda, chamado Freitas do Amaral, é um grande administrativista, mas refere bem quando disse que o Rei "podia" ...pois há muito, no constitucionalismo português, que o Rei deixou de poder na Monarquia Portuguesa. Na nossa Monarquia e nos actuais países mais evoluídos do planeta, onde existem monarquias, há muito que é o povo que os aclama formalmente, por via do Parlamento...à semelhança daquilo que ainda vai acontecendo na nossa fabulosa república com a segunda figura de Estado.

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WEEK SOUNDZZZzzz!


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sábado, 7 de março de 2015

Whiplash


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União na diversidade

“Paz não significa união na similaridade, mas sim união na diversidade e na conciliação das diferenças”

Mikhail Gorbachev

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Esta semana

Sócrates acusa Passos, da cadeia, de estar "perto da miséria moral".

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WEEK SOUNDZZZzzz!



Funk Department

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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)