Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sábado, 12 de dezembro de 2020

"Furibundos"

«Um homem de bom senso saberá criar melhores oportunidades do que aquelas que se lhe depara.»

Francis Bacon

Para bem do futuro da direita nos Açores é bom que, doravante, o Secretário Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Eng. Bastos e Silva, siga o que foi definido pelo seu Presidente do Governo Regional ("transição governativa tranquila e colaborante"), aconselhe-se previamente bem com o seu atual DROT, que tem a obrigação de conhecer, pelos 28 anos que ocupa o cargo, todas as operações financeiras envolvendo o Tesouro da RAA, o qual é coberto pelos nossos impostos, em especial as suscitadas na acalorada exposição do seu membro do Governo e, já agora, tivesse tido em consideração o alerta abaixo transcrito do Expresso Curto, do dia 9/12/2020, antes de ter acendido o rastilho para uma inflamada discussão que os açorianos tiveram, desnecessariamente, de assistir na passada semana e que em nada prestigiou e dignificou o nível que a ALRAA devia e merecia ter.

“O novo governo vai encontrar nas bancadas da oposição muitos membros do anterior e alguns deputados socialistas deveras furibundos."*

Por outro lado, e diferentemente, justiça seja feita ao Dr. Duarte Nuno Freitas que num discurso mais elevado, racional, pragmático, político e construtivo na ALRAA, surpreendeu todos ao elogiar a máquina administrativa do Emprego, cuja equipa foi altamente reformulada, em 2016, pela independente Dra. Paula Castelo Borges Andrade, ora Diretora Regional cessante, a qual conseguiu um resultado final na Organização como nunca havia sido constatado nos últimos 28 anos.

Mulher empenhada, trabalhadora, arguta e com experiência técnica muito profunda, com mais de 19 anos no setor, há 4 anos, teve a pronta coragem e determinação, com absoluta clareza, sem rodeios e atrapalhos, procurar falar com aqueles que sabia que seriam mais valias para a RAA, alguns inclusive quadros de direita e até mesmo filiados no PSD, de modo a se rodear de chefias que derivassem da experiência, das provas dadas, do mérito, da qualidade (evidenciada pelas suas avaliações) e da entrega pela causa pública. Hoje, certamente, haveriam naturais e importantes ajustamentos a fazer nessa equipa, mas nós saberíamos quais seriam para a potenciar ainda mais. Em suma, Paula Andrade, não recorreu a boys & girls, mas antes a homens e mulheres qualificados, como acontece nos modelos de Administração europeus mais desenvolvidos.

Os resultados do Emprego, esses, que curiosamente até foram o maior trunfo que o Governo cessante apresentou em campanha..., foram traduzidos numa contínua redução do desemprego, mas sem descurar do muito que se fez, transversalmente, de 2016 a 2020, no universo adjacente ao setor, mormente nos financiamentos do FSE e na Qualificação Profissional, até mesmo quando tudo foi abalroado pela Covid-19, nem aí, a equipa desmobilizou e continuou a produzir medidas estratégicas. Num contexto muito difícil e diferente, para suster o embate que se iniciou naquele março 2020, recorrendo a muito trabalho produzido por este grupo motivado, focado que estava em amparar as empresas e os trabalhadores cujas economias foram abruptamente atingidas pela pandemia (ao contrário do Continente que as medidas equacionadas não foram tão eficazes).

Ora, esse contexto já hoje constatado e comprovado pelo Dr. Duarte Freitas, homem que também liderou o PPD Açores na fase do Dr. Pedro Passos Coelho, relativamente à máquina/equipa até agora coordenada de forma produtiva, célere, altamente dinâmica e modernizada, sobretudo, na lógica do Princípio da Administração Eletrónica, veio, por intermédio do seu discurso, dar um passo importante no reconhecimento que muitos outros não tiveram (exceção feita aos que consigo já apreciar, ou seja, ao sempre inteligente Eng. Mário Mota Borges uma excelente escolha deste XIII GRA e, ainda, à Dra. Sofia Ribeiro) por alegada má apreciação daquilo que é um perfil de líderes, amiguismo, inveja, egoísmo ou simples e/ou vulgar desconhecimento, conseguindo aproximar-se de uma ajuda e de uma eventual lealdade para com ele, as quais serão fulcrais para o seu mandato.

Bem haja o Dr. Duarte Nuno d'Ávila Freitas pelas suas públicas palavras, felicidades ao novo Diretor Regional de Qualificação Profissional e Emprego, mas ainda um sentido e reconhecido agradecimento, mais como cidadão, à Dra. Paula Castelo Borges Andrade por tudo o que fez pela nossa Região, uma mulher de exemplo organizacional que provou que é possível fazer diferente e melhor, deixando legado e uma certeza: um ativo precioso demais para ser desperdiçado seja qual for a ideologia governativa.

*Mota Amaral, presidente honorário do PSD Açores, região de que foi presidente entre 1976 e 1995, sobre a discussão e aprovação do programa do novo Executivo açoriano, que decorreu entre segunda e sexta-feira.



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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Fecha-se o circulo

Até ao que consegui alcançar, a engenhosa cilada política montada por Carlos César está a postos.

Resta apenas à Coligação, numa última hipótese de se poder reposicionar com vista a almejar uma chegada a bom porto, fazer algo expedito, determinado e objetivo: reequacionar urgentemente, quando ainda pode, e ainda faltam dias, poucos, mas dias, alguns nomes nevrálgicos dos Diretores Regionais e/ou, também, a restante hipótese, de subdiretores, nos casos que os últimos existirem, sobretudo, nas pastas mais difíceis e complexas. Seria mesmo de lhes questionar, sem demoras, sobretudo naquelas preditas pastas, se os entretanto pré designados, agora que viram o que irão ocupar, se sentem preparados? Perguntem-lhes, em consciência, repito, em consciência, antes que seja tarde demais. Aqui não está em questão as pessoas, a sua honestidade ou integridade, mas a experiência, o conhecimento e os critérios técnicos que o difícil cenário exige em serviço público e em serviço dos açorianos.

Pela experiência entretanto colhida, quer perante cocidadãos, quer, transversalmente, na Administração Pública Regional, e face às evidências factuais que já se vão definindo e ficando determinadas, confesso, como alguém de ideologia de direita, que já me sinto um pouco envergonhado, pois já me começam a escassear os argumentos e a motivação para defender esta Coligação em relação aos entendimentos que aludi, sabendo que ela pode comprometer, por assentar, no Parlamento, em pilaretes muito instáveis, toda a direita açoriana por um período igual ou superior a 12 anos, face ao prestígio, a experiência e a imagem que Vasco Cordeiro ainda possui na Região Autónoma dos Açores, político que está ora de resguardo a esperar a melhor altura para desferir um golpe fatal ao PSD, CDS e PPM.

Ou seja, objetivamente, e sem rodeios, a esta Coligação recai a enorme responsabilidade de governação no difícil e atual cenário epidemiológico em crescente e de economia débil mas, sobretudo, a responsabilidade de não comprometer a direita e aqueles que são de direita por mais um longo período das suas vidas, ficando registada na História deste arquipélago, para todo o sempre, nessa última referência e, pior, com a agravante de ter sido "tomado de assalto pela ânsia de poder" conforme alegam e alegarão sempre as esquerdas.

Lembre-se a Coligação que, estruturalmente, depende mais de alguns que esses alguns dela e do seu corpo governativo. Depende, determinantemente, conforme já referi e repito, daqueles que têm experiência de muitos anos, que conhecem os quadros, os procedimentos, as orgânicas, as leis, as responsabilidades financeiras, que nunca se vergaram ao socialismo (...embora outros que sim já ocupam hoje cargos nevrálgicos, incluindo ex de "confiança política" socialista...) mas, sobretudo, a pode defender daqueles que, dirigentes ou não, dissimuladamente pertencem à ideologia de esquerda e, enquanto sólidos sabedores implantados em 24 anos de governação PS, que podem completa, fácil e habilmente desfazerem um governante como se fosse uma marionete sem sequer ele se aperceber.

Saliento, em suma, e por fim, que estruturalmente estes trabalhadores da administração publica regional conhecidamente não socialistas são mais importantes para a Coligação do que a Coligação para eles.
Fica, pois, o alerta: “quem avisa, amigo é”. O cenário disto correr muito, muito, muito mal é amplamente extenso.



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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)