Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O apelo à (des)união

Ouvia no Domingo passado o Prof. Marcelo muito preocupado a apelar, em tom sério e em declaração de excepção política (conforme ele próprio definiu), para o seio do seu partido (o mesmo de Cavaco Silva) para não transmitirem uma imagem externa de ruptura entre o Primeiro-ministro e o Presidente da república, referindo da fundamental importância em unirmo-nos em torno do Presidente para ultrapassarmos os momentos difíceis. Mais palavra menos palavra, foi isso que o comentador nos contou.

Logo de seguida, o Doutor em política, disse (no contexto da renovação da liderança da CGTP-IN) que a quatro anos de novas eleições presidências, já começam os posicionamentos para a corrida, concretamente nos sectores da esquerda, do centro e da direita… Isso é dito com a habitual naturalidade regimental e que ninguém coloca sob reflexão.
O problema deve ser certamente meu…mas acho esta leitura professoral provida da mais absurda incoerência.
Ora, seguindo o que foi dito pelo comentarista: Um PR não consegue gerar sequer harmonia dentro do seu próprio partido, repito partido (que assenta na palavra “PARTE”…toma parte), quanto mais fora dele e, muito mais grave, criando-se facções multipartidárias para colocar alguém, a fazer papel de representante de todos os portugueses, no topo da hierarquia da magistratura portuguesa. Mas o que mais me choca, e referenciando-me nos países com maior desenvolvimento do mundo em democracia e IDH, as Monarquias Constitucionais, de quem estamos cada vez mais distantes, é falar-se à desgarrada (e aqui não é uma critica dirigida exclusivamente ao Prof. Marcelo), como se de um aspecto perfeitamente normal se tratasse a partidarização do mais alto representante de Portugal. Ou seja…em Portugal promove-se essa magistratura circunscrita a uma parte, aquela que devia ser A nossa magistratura por excelência. Os Juízes não são votados…quando mais o Chefe de Estado devia ser. Dos juízes exige-se três coisas: Independência, neutralidade e preparação. São estas as exactas características que quero para meu representante de Estado. Daí querer um Rei! Só com um Rei conseguiremos!
Mas terminava com a parte mais caricata e incoerente da aludida intervenção na tvi: Como é possível haver unidade para resistirmos, se o próprio regime republicado partidário, de partes portanto, não a gera mas antes sim promove a desunião dos portugueses?!
Share |

Sem comentários:

Enviar um comentário

«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)