Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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quinta-feira, 15 de março de 2012

A propósito da catástrofe japonesa ocorrida há um ano...

Cara M., sem dúvida uma excelente iniciativa e, assim, um bom post. Aquele povo merece que se lembrem deles.
Porém, aqui na república, sem sismos, continua tudo “partido”…em sentido literal.
Na Monarquia japonesa, tiveram um sismo e um desastre "Nuke" e já estão em reconstrução e pouco se dá por eles nos índices mais fracos.
Deixo a questão: porque razão as Monarquias constitucionais ocupam os lugares cimeiros, de forma maioritária nos tops 10, dos índices de Democracia e de Desenvolvimento Humano?

Enquanto cidadão comum, todos os dias tento gratuitamente, e com todos os inerentes inconvenientes, alertar para o desastre que nos aconteceu em 5-10-1910...em plena democracia. Um partido, repito um partido, de 7% abateu (não sendo uma metáfora) um regime democrático e, até hoje, ninguém desse regime se dignou a questionar o povo ou os cidadãos, se preferir o termo (eu gosto mais de povo ...pois sou dele). Com as devidas adaptações é como se hoje um partido minoritário do Parlamento (como acho que se deve chamar) eliminasse o chefe de Estado e nos impusesse um regime à força, sem que nenhum de nós falasse. Entretanto passavam-se 101 anos e continuava tudo calado. Qual a legitimidade desse regime?
Entendo que ficaria bem ao regime e até legitimaria a própria república se fizesse o referendo…sempre foram 767 anos que não correram assim tão mal. Ficaria muito melhor aos deputados da Assembleia (da república…sempre ela e bem colada para que ninguém esqueça) ponderarem fazer o mesmo. Portugal não sai da cepa torna num regime para o qual não está talhado originalmente. Foi brutalmente imposto. Até podemos nos safar da crise, com alguma sorte nos mercados, mas desde logo regressaremos ao costume ou seja à infra mediania. Os lobbies são fortes. Por isso julgo que as ditas “reformas estruturais” estão todas condicionadas, pois estão a ser edificadas ao contrário, como se começasse a construir uma casa ao contrário…pelo telhado. É óbvio que aquilo que é mal construído cai sempre e cai sempre reiteradamente, conforme se vê. Ou seja: Vem o partido amarelo às pintinhas e faz algo; A seguir vem o roxo às bolinhas e destrói o que foi feito e põe algo diferente, sem querer saber se o que estava feito estava bem feito.
Comecemos pelo princípio pois, como tudo, há um inicio e esse é a história, mais concretamente: “Depois do choque” estude-se as repercussões do 5-10-1910 no nosso Portugal.
Usando uma linguagem futebolística, em república o nosso árbitro tem clube. Em Monarquia não tinham eram Portugal! São eles, os reis, que dão firmeza a todas as instituições (e um exemplo paradigmático é a Bélgica). Os mesmos resultados vêm-se na Suécia, na Noruega, na Holanda, no Japão, no Canadá e por aí fora...
Termino com uma frase do herdeiro dos Reis de Portugal: «Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse.»

Nota final: Ontem fui finalmente ver o filme que há muito já havia aconselhado no blogue, sobre a “Dama de Ferro”. Digo-lhe uma coisa M., com a mais absoluta certeza, quando ela fala no orgulho de ser britânico (aquele que só sinto como português até Outubro de 1910), cá em república e em democracia, sobretudo na segunda, era impossível…é impossível. Daí ser inevitável, pois está à vista de quem quiser ver, dar razão às conclusões do nosso último herói, Henrique Paiva Couceiro e também de Winston Churchill, respectivamente:

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)