Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sábado, 12 de dezembro de 2009

Preparação sempre...


Trocando algumas palavras, há uns dias atrás, com uma pessoa amiga da Bulgária, dizia-me ela que, com a presente crise mundial, uma irmã sua, que reside naquela república popular, está a passar momentos difíceis. Foi reduzida no seu vencimento cerca de € 50,00. Ela aufere cerca de € 120,00. A conta de electricidade mensal ronda a cifra dos € 70,00.

Queixava-se ela de que o regime anterior tinha deixado mazelas no seu país, que não estavam a ser fáceis superar.

A este propósito cabe enquadrar a profundo carisma nacional que esta nação sempre teve no seu posicionamento geográfico europeu, enquanto Monarquia anterior e totalmente independente (contrastando, por exemplo, com uma República Checa que esteve inserida no Império Austro Húngaro).

Aquando da revolução comunista, a Bulgária acabaria por integrar o Pacto Varsóvia por “sugestão” da União das REPÚBLICAS Socialistas Soviéticas (URSS). Tal inata formatação regimental causou uma tremenda e nefasta mazela, a qual hoje está a ser de difícil recuperação naqueles países que anteriormente eram livres e independentes.

Neste contexto, Simeão II, último Rei da Bulgária, filho do grande Boris III, que teve de se exilar para Portugal, passados muitos anos após a tomada da Bulgária pelos comunistas, e tendo se dado a queda do muro de Berlim, Simeão voltou à sua caríssima Bulgária após 50 anos de exílio. Na Bulgária, os búlgaros, já em liberdade, não hesitaram em dar o poder ao seu ex-Rei...da forma mais célere que podiam. Porquê ?! Fartos de comunismo sobretudo, mas também porque sabiam: das capacidades que possuía pela preparação que recebera; da sua profunda e desinteressada entrega à regeneração da Bulgária; do seu patriotismo. Rapidez também aferida pela via como o povo búlgaro o colocou no poder que, embora sendo numa república popular, era aquela que agora dispunham. Mas por isso mesmo, de imediato e sem mais demora, puseram o Rei, a 24 de Julho de 2001, no cargo de primeiro-ministro.

Acrescentaríamos a este texto, alguns dados extraídos da Wikipedia, designadamente:

«Entretanto a situação alterava-se no seu país. O governo comunista terminou em 1990, quando o país teve eleições com a participação de diversos partidos. Assim, em 1996, Simeão retornou à Bulgária após quase 50 anos de exílio, grande parte dos quais preocupado com o desenvolvimento do seu país e com tudo o que dizia respeito à Bulgária. Nessas 5 décadas, trabalhou activamente ajudando os vários exilados búlgaros em redor do mundo, e manteve também estreito contacto com homens de negócios e outros atores fundamentais no processo político búlgaro. As suas múltiplas actividades (quase sempre em prol do seu país) levaram-no a diversas partes do mundo.

Em 1998, o Tribunal Constitucional devolveu-lhe as propriedades familiares confiscadas pelo golpe comunista. Em 6 de Abril de 2001, ele expressou o desejo de voltar ao serviço governamental, e ajudar a moldar através do seu contributo o futuro do seu país, agora liberto da influência soviética e em aproximação à União Europeia. Assim, participou num intenso movimento de moralização política e renovação da integridade nacional, baptizado com o seu nome. Como líder do Movimento Simeão II, chegou assim ao parlamento búlgaro na eleição de 17 de Junho de 2001, acabando conduzido ao cargo de primeiro-ministro em 24 de Julho de 2001, que ocupou até ao final do mandato, a 17 de Agosto de 2005. Foi durante o seu governo que a Bulgária aderiu à NATO em 2004, e preparou o terreno para a adesão à União Europeia, que se veio a efectuar a 1 de Janeiro de 2007.

Simeão II é um caso único na história: monarca deposto, conseguiu retornar ao poder, já não como rei numa monarquia, mas como chefe de um governo democrático de cariz republicano.»

Posto isto, terminaríamos afirmando que veio da Bulgária a prova que a preparação de um monarca é, indubitavelmente, a melhor via para servir um País. Logo porque o Rei é livre de partidos e de outras forças. A sua entrega é exclusiva à causa da protecção dos seus concidadãos. É para isso que ele nasce. E assim, em conclusão, sendo o Rei livre também os seus concidadãos, por inerência, também o serão mais.
+ Liberdade + Democracia.

Foto - http://www.life.com/image/1310772
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«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

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«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)