Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sábado, 3 de julho de 2021

A sabedoria multissecular num só homem: o Rei

Na segunda-feira, dia 17 de maio p.p., num contexto, infelizmente, muito restrito, face ao cenário pandémico, tive a felicidade e a boa fortuna de ser indicado, por razões de protocolo e de melhor adequação do espaço (no reforço à defesa à Covid-19), de jantar, precisamente, ao lado do Herdeiro dos Reis de Portugal numa mesa de três pessoas. Deus assim quis.

Além da incomensurável honra de estar na sua presença, aquelas quase duas horas em que trocamos palavras e tocamos várias temáticas, foi dos períodos em que mais aprendi até àquela data. Estive na presença de um homem dono de uma vasta e invulgar Cultura. Alguém que trata os factos da História na primeira pessoa. Perante tamanha felicidade de aprendizagem, infelizmente o meu tempo de apreensão ficou refém daqueles preciosos mas imparáveis segundos e minutos que estavam em decréscimo até ao terminus do jantar.

No fim deste marcante jantar, houve um amigo que me disse, com sinceridade, que estava com um semblante "radiante". É natural. Estar na presença do primeiro dos portugueses, a personificação humana da Nação, assistindo a um fenómeno indescritível em palavras como o do saber, de muitos séculos, concentrados num só homem é algo que transfigura qualquer um que o ouve com atenção e colhe cada pormenor, como quem colhe uma frágil uva de um bago sem querer danificar a vinha.

O meu único infortúnio foi que muito ficou por anotar ou memorizar, sobretudo os pormenores do seu saber que fazem a diferença de um dia para o outro e para sempre a quem o escuta.

Na sua verdadeira modéstia, conduta pessoal acessível e elegante, embora sempre agregado a uma natural postura Real, e apesar de ter estado também num almoço, em 2006, na sua distinta presença, desta vez a maior proximidade permitiu-me o acesso a um discurso privilegiado, mais próximo e direto, com o qual fui agraciado por tamanha dimensão de sabedoria e conhecimento.

Para sempre grato a S.A.R. pelos seus ensinamentos e pela partilha de conhecimentos naquele dia. Nunca o poderei retribuir à altura.

Deus o guarde, e

Viva El-Rei!


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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

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«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

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«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)