Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Dignificar separadamente o ensino Regular do Profissional

Um dos aspetos que mais admiro numa pessoa é a coragem, pois, na minha opinião, é sinónimo de caráter.

Num político essa qualidade tem um valor exponencial.

A Dra. Sofia Ribeiro, especialista na pasta que governa, coisa rara nos últimos governos que temos tido, teve a coragem de dizer que: "O Rei vai nu", neste âmbito.

Sem prejuízo de matérias que não correram mal ao anterior executivo, a Educação é sem dúvida uma das que mais precisa de organização, de séria reforma e de muita coragem política para que, a montante, tenhamos uma sistema regional educativo exemplar.

Pelas suas amplas qualidades, a Dra. Sofia Ribeiro, precisará de todo o apoio, interno e intergovernamental. Na minha opinião aqueles que estiverem dispostos a melhorar a Educação nos Açores, e inerentemente auxiliar a Secretária da Educação, podem ter a audácia de almejar tornar a área numa referência nacional. Esses são bem vindos. Os que não a quiserem ajudar, arranjam-se outros dispostos a dar tudo por essa missão. Conheço muitos na área e que respeitam o trabalho da Secretária e têm-lhe merecido respeito.

Há que, sem descurar de todos os detalhes que possam ser mensurados, encarar o ensino regular, público ou privado, com toda a especialização inerente, sempre na sua verdadeira ótica de continuação académica, ou seja, de natureza mais científica do que prática. Este é que é o busílis que foi criado pós 25/4 e que tem havido pouca coragem, nacional e regional, para o desmontar.

Paralelamente, para motivar a economia, tal como já acontece nos países nórdicos desde dos anos 60 e 70 (caso dos eng. técnicos mecânicos na elevação, por exemplo, da marca Volvo), criar um sistema de formação e de qualificação profissional que dignifique o ensino tecnológico como algo primordial para gerar produção imediata e qualificada. Além disso, há que ter em atenção os limites da concorrência desleal do público sobre o privado, eventual e consequentemente mais autonomia para este último setor.
A tutela regular da área da Educação, a formativa, quiçá deveria ser transposta para a área da Qualificação Profissional. Melhor distribuição, melhor especialização, maior qualidade nos resultados para os jovens açorianos.

Sem descurar do excelente resultado das escolas industriais antes do 25/4, neste sentido até o insuspeito José Sócrates reconheceu, em 2010, que o ensino profissional está pior que no tempo do Estado Novo. A proposta do anterior regime era muito mais correta, dignificante e, sobretudo, produtiva para o País e para as suas Regiões.

O Programa Formativo de Inserção de Jovens (PROFIJ), se não puder ser integrado definitivamente na esfera da Qualificação Profissional, ou adaptado noutra mediada similar sob esta nova alçada, deveria ser extinto. Este programa é sim a maior manta de retalhados existente.


Share |

Sem comentários:

Enviar um comentário

«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)