Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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quarta-feira, 23 de março de 2011

«Crise – Quando um Rei pode ser muito mais do que o Presidente da República com o PEC»

«Durante um ano e meio assistimos primeiro a uma guerra de ping-pong entre o Governo e o Presidente Cavaco Silva, se inicialmente com Manuela Ferreira Leite era mais uma frente aberta contra o Governo acabou rapidamente a Primavera do PSD as coisas começaram a ficar piores depois da apresentação do PEC III já com Passos Coelho como presidente do PSD.

Assistimos a um infindável leque de escândalos de um dos lados como Freeport, Face Oculta, Canudos e do outro lado BPN’s, Escutas a Belém, vimos uma convergência institucional virada de costas para o Povo e para o País.

Agora com a forma como o PEC IV surgiu nos radares da política nacional viu-se o mais podre a vir ao de cima de ambas as trincheiras, Cavaco Silva não foi informado do PEC IV e mais um ping pongue diário entre direções do PS e PSD … e em Belém um silêncio profundo.

Sim Cavaco Silva perante uma crise profunda, catastrófica o que diz ? o que faz ? Onde está o papel de mediador da figura de Presidente da República ? Perante tudo Cavaco Silva está calado ? Onde está o supremo interesse nacional ?

Claro que todos nós sabemos que estaria sempre calado Cavaco Silva, ex-Ministro das Finanças do Governo PSD de Sá Carneiro, ex-líder do PSD de 1985 a 1995, ex-candidato à Presidência da República apoiado pelo PSD e pelo CDS. Sabíamos que o cargo de Presidente da República de imparcial não tem nada, agora com o risco de irmos para eleições corremos o risco de não haver um governo com maioria absoluta e perguntamos como ficará o País ? Será que a sede de vingança do despedimento de Santana Lopes por Sampaio é mais importante do que o País ? O poder a todo o custo ?

Na Bélgica o Rei não tem condicionantes partidárias, não tem telhados de vidro por causa do passado político, não está refém de eleições. Na Bélgica a pesar da Crise política que já dura à bastante tempo é o Rei que procura consensos, é o Rei que luta pela unidade nacional … temos visto isto da parte do Presidente da República Portuguesa ? Com um Rei, Portugal teria garantias de uma maior imparcialidade institucional da parte da Chefia de Estado, teríamos a certeza de o Chefe de Estado não seria uma das partes. No fim quem fica a perder é o Povo, não se admirem que a abstenção bata recordes nas próximas eleições.

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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

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«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

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«Pergunta: Queres ser rei?

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Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)