Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

terça-feira, 15 de junho de 2010

«O ponto de vista de Miguel Sousa Tavares»

Foto - Direitos reservados ao seu legítimo autor/proprietário

«Estava-se em 1997. A celebérrima Lady Di morrera há muito pouco, emocionando o mundo inteiro. Era a "Princesa do Povo"... Era? Miguel Sousa Tavares, em crónica na revista «Máxima», dizia que não. E explicava porquê: 
"A Monarquia ou se aceita com o seu estatuto e consequências ou se abole. Mas não existem monarquias sufragadas pela opinião pública e pelas revistas de coração. "A Princesa do Povo" é uma expressão muito bonita, mas falaciosa. Num sistema monárquico não existem os Príncipes que o povo escolhe, mas aqueles que nasceram com esse destino traçado. É por isso que eu não sou monárquico. Mas se fosse cidadão de um país monárquico, ou emigrava ou aceitava a condição de "súbdito do Rei". E o que é irónico nisso é que a condição de súbdito não faria de mim escravo do Rei ou do Príncipe, antes faz deles escravos do povo. É isso que é o Príncipe de Gales: um escravo da condição, da tradição e do sistema condicional. Nada, na sua vida, é livre, nem sequer o direito de dizer o que pensa. Porque é que ele não abdica, então? Pois, porque essa é uma das regras não escritas de que depende a continuação da instituição monárquica. Um rei não abdica do trono, como fez Eduardo VII. Porque, ao fazê-lo, ele está a rejeitar a Nação de que é o símbolo. O Rei é o primeiro dos súbditos do povo".»

Por João Afonso Machado no Centenário da República 
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)