Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O testemunho

O que mais me apraz na Lei Mental é uma palavra-chave: testemunho.
Que testemunho? O testemunho de D. Duarte I que, sabendo o que ia in mente de seu pai, não traiu o pensamento de D. João I e concretizou, em Lei expressa, o que o seu antecessor não conseguiria alcançar em vida. Também houve, de certo modo, um testemunho por D. Manuel I que compilou nas “Ordenações Manuelinas” a aludida Lei. 

É precisamente a ausência desse testemunho, firme e honrado, que mais se sente hoje…daí o nosso retrocesso enquanto povo e, sobretudo, enquanto civilização.

Há que entender, de uma vez por todas, que Portugal não nasceu como república, não está configurado sistemicamente para evoluir como república e, portanto, não funcionamos enquanto república…as provas são mais que evidentes especialmente hoje. Nem precisamos de recorrer ao tempo em que vivemos (767 anos) como Monarquia para percebermos isso. São as próprias tradições e costumes fundacionais monárquicos que, remontando a antiquíssimas raízes difíceis de explicar e identificar, nunca se irão imiscuir com a república...e ainda bem pois esses somos nós, essa é a nossa identidade, mesmo que não discernida por alguns.

É absolutamente extraordinário, como muito povo português continua, ainda hoje, de forma estranhamente apaixonada, a reclamar Monarquia, i.e., Portugal! Monarquia é Portugal, Portugal sempre será Monarquia para viver. Mas porquê!? Porque existem tantos que ainda querem Monarquia…?! A resposta é simples e não reside apenas nos exemplos paralelos de sucesso do presente (e de futuro) das monarquias mundiais, o busílis reside, por mais que doa alguma elite jacobina e maçónica, no facto de Portugal não ter nascido em 5-10-1910 mas sim no século XII. Bem tentarem refundar a Nação de vermelho e verde, mas os mais atentos não caem na falácia. A prova de que isto não funciona é que em 102 anos nós afundamos cada vez mais e estamos à beira do abismo. Já vamos na III república… A república não é Portugal pois falha sempre e este País nunca foi, outrora, uma nação de falhados.

É importante que façamos um rigoroso e adaptado ensaio comparativo e confrontemos os mesmos primeiros 102 anos, em Monarquia, regime “mátria” de Portugal e que nos deu a nossa efectiva Fundação (e não uma formatação imposta como aquela que suportamos até hoje) com os actuais 102 em república. Portugal, naquele primeiro período, já era um País motivado, em expansão e em crescendo no mesmo exacto número de anos. Eramos, de dia para dia, melhores…e os Descobrimentos, a Índia, o ouro do Brasil ainda estavam para vir... 

Hoje somos um País em retrocesso enquanto Nação soberana, sem motivação, desacreditado e em contenção de tudo…até de alegria.
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)