
O dia 1 de Dezembro de 1640 é um dia fundamental na História de Portugal. Ainda hoje é um dia fresco e marcante, não tanto pelo derrube do Rei de Portugal da altura, Filipe III, mas sim pela acção (ou reacção) e revolta em nome da liberdade e da autodeterminação da Cultura de um povo. D. João de Bragança, homem que não ambicionava ser Rei, era chamado a ser Rei...e foi! É normalmente quando as coisas correm melhor, quando são chamados e não se fazem chamar. Escusado será dizer que, à parte de um estreio leque de ‘nobres’ Nobres portugueses, visto que a maioria estava com Espanha, foi o povo que mais apoiou as intenções dos Conjurados.
Saliente-se que o jantar de 1 de Dezembro, que todos festejamos nas nossas regiões, não é apenas para celebrar a Monarquia. É mais do que isso! É para comemorar a liberdade e a união deste povo (específico) que é o português. É um jantar aglutinador, inverso à separação de credos, religiões, classes, raças, partidos, ideologias, etc. É o jantar na presença do Rei, à semelhança do que é entoado na canção do Cid. Não é um jantar para algumas classes. É um jantar para todos e em alegria. Em Lisboa chega ao milhar de participantes. Só elites…? Obviamente que não!

Hoje esta união deve ainda ser maior que em 1640. Naquela altura, melhor ou pior, o início da dinastia Filipina, por Filipe de Habsburgo e Avis, também Rei de
iure de Portugal, pode ter sido iniciadora de uma certa castração de direitos lusitanos, mas, ainda assim, era um Rei e seus dois descendentes também. Saliente-se que, em certa medida, Filipe I, o homem mais poderoso do seu tempo, herdeiro do Imperador Carlos V, gostava de Portugal e era português pelo lado materno. Inclusive nos finais da sua vida passava longas temporadas em Lisboa, quiçá porque gostava mais deste lado…? Os Habsburgo sempre souberam respeitar as fronteiras e a respectiva nomenclatura titular real, ao contrário do conceito anti patriótico a que se designa Iberismo. Julgo importante frisar esta ideia, pois sempre serão realidades distintas! Os Habsburgo deixaram-nos também importante Direito plasmado nas Ordenações Filipinas.
Hoje, conforme dizia, a união entre os portugueses deve ser maior que no século XVII. O abismo que se designou por “crise”, anda à espreita e vai-nos fazer mal. Autodeterminação?! Essa já há muito perdemos para o actual modelo vindo de Bruxelas e imposto pela Alemanha. A França é a nossa jacobina madrasta que nos “orienta” desde 5-10-1910, por meio de uma república incapaz e descaracterizante. O inimigo, esse, anda pois mais encapotado, dissimulado e espalhado. Corrói a república e a nós também...e nem damos por isso.
Face aos moldes do século XXI, a nossa tarefa é bem mais complexa que a de D. João IV…! Compete-nos usar as armas da democracia e, com muito empenho e interesse, lutar. Lutar: escrevendo, divulgando, informando, comunicando, dando a cara, etc, etc. Essa é a nossa luta hoje por um Portugal bastante melhor! Um Portugal de progresso com um Rei que se importe a tempo inteiro com o seu povo, um povo que nunca o esqueceu.
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