Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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domingo, 2 de maio de 2021

"Falta cumprir abril" | Ainda!? | Nunca se cumprirá, nasceu torto

A frase "falta cumprir abril" é frequentemente ouvida quando as coisas não correm bem. O problema é que, factualmente, as coisas nunca correram bem desde 25/4/1974.

Depois vem ainda outro argumento desculpante: "ainda somos uma democracia jovem". Ou seja, já andamos nisto há quase 50 anos e continuamos "democraticamente jovens", com uma Constituição só para alguns, que apenas dá direitos (sem deveres) e impõe restrições sedimentadas em falsos pressupostos aos demais portugueses que são excluídos por ela.

Ora, 50 anos é muito tempo, a I república durou 16 anos e a II 41. Apesar de ser monárquico e, à semelhança dos países mais desenvolvidos em IDH, querer um regime monárquico, algo é inequívoco: esta III república está em agonia, descredibilizada, nas mãos de um sistema partidário que despreza o País e os portugueses, enfim, um sistema completamente falido que sempre assentou nos amiguismos (cujo o nome disto todos sabemos qual é...) e nunca no mérito. Falam da falta de liberdade na II república, mas não falam na falta de aposta na meritocracia na III, que ao menos na II existia, a começar pelo exemplo máximo do próprio Presidente do Conselho. Francamente tenho dificuldades em saber o que será menos mau, mesmo porque um sistema de boys, de pregadores de cartazes e onde impera a mediocridade, não será uma prisão, ou seja, uma espécie de ditadura?

Sinceramente não vejo qual é a dificuldade em mudar o regime, até a tão exemplar França para o republicanismo português já vai na sua V república. Para mudar o regime e criar uma nova Constituição, não é necessário haver uma revolução, basta que o povo queira, como aconteceu em Espanha que fez um referendo, a 15 de dezembro de 1976, para escolher a sua atual Monarquia ou em França, cuja Constituição da V república foi aprovada por referendo em 28 de setembro de 1958.

Meus caros, vamos a isso! Terminemos com a já moribunda III república portuguesa e avancemos, sem receios, em frente com uma nova Constituição e com um novo e mais atual regime, realmente plural, que nos retire o sempre presente estigma de estamos em crise, de que precisamos do FMI para corrigir os erros dos políticos miseráveis que elegemos com índices de 50% de abstenções e em que andamos todos numa lógica de depressão coletiva e sem alegria e orgulho no nosso País e nos nossos governantes.


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«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)