Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

E a república portuguesa? Qual a sua legitimidade?

Em relação ao rol das repúblicas mais emblemáticas do ideário republicano (nunca esquecendo que Portugal foi a 3.º instaurada na Europa), gostaria de deixar, de forma sumária, alguns tópicos quanto à legitimidade constitutiva das mesmas:

República francesa – Resultante do Golpe da Bastilha (1789), revolução de cariz jacobino contra o absolutismo a corrente monárquica da época. Entretanto, ainda houve um assinalável período, após aquela data, de restauração monárquica tendo este entrelaçado com fases republicanas;

República suíça – Constituída pela revolução de 1798, a qual deveu-se mais à corrupção das casas ricas. De cariz jacobino. Correu de forma mais consentânea que a francesa, mesmo pelo seu passado confederado. Trata-se, portanto, de uma confederação;

República dos EUA – Declaração de independência, em relação ao Império Britânico, em 1776 e reconhecida em 1783. Constituiu-se, ex novo, como País. De cariz jacobino, inspirado nas correntes francesas do século XVIII. Trata-se também de uma confederação.

República alemã – Resultou da desagregação do Império Germânico, após a derrota na I Grande Guerra e cujas consequências bélicas e, inerentemente, económicas, foram transversais às mais importantes nações da época. Trata-se de uma confederação.

República italiana – Resultou de um referendo que indagou o regime, o qual se imiscui de forma comprometedora com Mussolini. Ainda acerca das circunstâncias, que realmente não eram as melhores, ainda assim tendo o Rei abdicado no filho, que nenhuma culpa tinha do pai, há quem diga que a insignificante margem de vitória no referendo foi adulterada, uma vez que todas as previsões indicavam vitória monárquica.

E a república portuguesa? Qual a sua legitimidade?

O golpe acontece em pleno século XX, 121 anos depois a Revolução Francesa; 
Não é uma confederação nem nunca foi. É certo e sabido que a Monarquia tornou Portugal um dos primeiros e mais sólidos países unificados, pese embora a república ainda hoje exerça força constitucional para dividir o País através das Regiões Administrativas (Regionalização). Ou seja, desunir aquilo que o anterior regime monárquico (de 767 anos) uniu;

O problema de Portugal àquela data, nunca foi um problema de regime mas sim de mera gestão governamental;

Portugal era um Império e uma Nação de “calibre” médio no planeta. Hoje perdemos esse plano e aquele posicionamento hierárquico na esfera global;
Naquela altura não interferíamos com ninguém de forma bélica e era uma democracia estável;

O povo estava com os nossos Reis (a Maria da Fonte prova-o). Foi aquele grupo jacobino, maçónico e minoritariamente atrasado no tempo que veio exigir.

Face ao exposto, qual foi, então, o motivo para a implantação da república portuguesa? Qual o propósito? As respostas são simples: a inveja e a necessidade de ocupar, à força, os lugares que eram institucionalmente melhor coordenados por referência ao Rei, para assim poderem, eles, passar a coordenar com referência aos seus interesses.
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)