Aos 23 dias de Janeiro de 2011, a república portuguesa elege um entusiasmante representante de todos os portugueses: Aníbal Cavaco Silva. Eleito segunda vez, agora por 25% dos eleitores, ou seja 1/4 dos portugueses que votam.
Sem descurar da respectiva campanha e dos seus resultados nestas presidenciais, importa, de uma vez por todas, fazer uma análise séria ao estado da Nação. Somos presentemente uma república. O seu mais elevado magistrado, o presidente, o suposto representante de todos nós, não conseguiu ser eleito por mais do que 1/4 dos votos expressos. Os votos em brancos foram recorde. A abstenção foi recorde, verificando-se em análise comparativa que aumenta de presidencial em presidencial! Se me perguntassem que estes dados estariam envolvidos num contexto de legislativas, responderia, de imediato, que a responsabilidade era do governo. Neste cenário, o das presidenciais, a responsabilidade é mesmo do sistema…do regime. Um sistema que emerge de um assunto mal resolvido, de um golpe de Estado infundado, de uma revolução armada que remonta a 1910 e que não nos trouxe nada de melhor. Antes pelo contrário, anda-nos a tirar literalmente tudo. Portugal é, por isso, um País mal resolvido na sua essência constitucional e democrática. Está ferido de morte, submetido a uma penosa e gradual queda até ao seu fim…isto se nada for feito para revigorá-lo.
Portugal não está satisfeito e esta abstenção é o reflexo desse descontentamento. Nunca os portugueses foram ouvidos pelos crimes cometidos entre 1908 e 1910 e que levaram à implantação da república elitista e jacobina. Ora, essa auscultação começa, de dia para dia, a ser inadiável, da mesma forma que foi para o Brasil, para a Itália e para a Espanha, países com muito menos tempo enquanto monarquias. Aqueles países entenderam que o resultado de um referendo era fundamental para o ajustamento regimental da Nação com o seu povo…por uma questão de Justiça à luz da História. Nós ainda não percebemos isso! Continuamos iludidos por alguns que esta república bolorenta é sinónimo de futuro para o País. É, portanto, uma questão de legitimação que aqui subjaz.
O resultado das abstenções são de facto, como dizia, e bem, Pedro Quartin Graça, um cartão vermelho ao Regime. Há que perceber, de uma vez por todas, que a reimplantação de uma nova Monarquia, não é regressar ao passado e entrar num bailado de reis, rainhas, príncipes e princesas. Há que deixar a velha cantiga maçónica, em que todos os cordeirinhos são embalados, de ridicularizar a figura do Rei e da Família Real. Aviso-os: isso já não está a pegar…face às sempre oportunas intervenções do herdeiro ao trono, bem como pelo descontentamento colectivo do País que, de dia para dia, se revê, cada vez mais, em D. Duarte de Bragança! Este pela sua frontalidade e desprendimento aos lobbies, pelo seu mais meticuloso sentido de Estado, pela sua visão ecológica, pela sua postura de salvaguarda do património nacional, pelo seu amor e conhecimento inquestionável a este País de boas tradições ancestrais, vem ganhando adeptos de forma clarividente e progressiva.
É preciso reentrar no sistema de onde Portugal nunca devia ter saído, no sistema para o qual ele se adequa de modo a poder evoluir. Nos onze primeiros países em Índice elevado de Desenvolvimento Humano (IDH), oito são monarquias. Ou seja, estes não andaram a marcar passo em 100 anos. O Rei (ou Rainha) não é 1/4 dos eleitores portugueses…seria 100% dos Portugueses, como é 100% dos Noruegueses, dos Suecos, dos Dinamarqueses, dos Espanhóis, etc, etc…
Temos de fazer uma análise séria e perceber que a república foi implantada por um grupo restrito em Lisboa e que até hoje não se possibilita o referendo. Há que perceber que Portugal em 100 anos anda a afundar-se em todos os domínios (comparativamente ou não em relação aos sete séculos em Monarquia [ou mesmo com outros países desde 5/10/1910]). Há que perceber que é falacioso o argumento de termos novamente um Rei seria um retrocesso porque não é eleito, pois a abstenção e votos em branco explicam o inverso em república. Há que recordar, precisar e entender que entre 1143 e 1910 tudo girava à volta da figura do Rei de Portugal e dos Algarves. Todos os portugueses seus concidadãos, e nossos antepassados, faziam, produziam e resolviam os seus assuntos e problemas sob a égide moderadora e idónea do seu Rei. Era normal, as coisas corriam o seu curso…como correm ainda hoje naqueles oitos aludidos países. Resultado final: muitíssimo melhor que em república. O Rei liberal unifica e entusiasma…pois é para o povo e para os trabalhadores que ele se apresenta e se propõe defender. Sempre foi generalizadamente assim…!
É preciso olhar para os factos passados (entendam-se anteriores a Outubro de 1910) e compará-los ao nosso actual figurino. Portugal está como está por alguma razão. Os portugueses não estão satisfeitos e alguma coisa tem que mudar!
Presentemente somos todos filhos do divórcio entre a história do País e o seu actual regime, sendo a tristeza e a amargura que vivemos o resultado desse relacionamento traumático...
O povo português (que somos todos nós) não se encontra alinhado com o seu País e para alinhá-lo precisamos, como dizia Alexandre Herculano, de chamar os nossos Reis novamente!
Sem comentários:
Enviar um comentário