Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

domingo, 1 de agosto de 2010

The Coronation of Queen Elizabeth II (1953)

"To execute Justice..."

No documentário o narrador explica detalhadamente os passos mais relevantes da cerimónia.

Monárquicos ou não, uma coisa é indubitável: trata-se de uma cerimónia muito bem executada, esplendorosa e bela. Já dizia João Ferreira Rosa: «Os países da Coroa Britânica estavam num grau de civilização tão grande que, no momento de se tornarem independentes, não abdicaram da sua Rainha. Se Portugal se tivesse mantido como Monarquia e se tivesse feito referendos em Angola e nos outros territórios, o mais natural era estes terem ficado independentes sob a mesma Coroa, como na Commonwealth. Agora, até os países que tinham estado ligados à República Francesa, e até Moçambique, estão a mudar para a Commonwealth. Preferem a Coroa Britânica. Preferiram manter-se ligados à sua Rainha, que por sinal é dos Chefes de Estado mais baratos do mundo: para manter as suas despesas, cada súbdito paga anualmente menos de um euro. E o orgulho que têm nela! Endeusam-na de tal maneira que não deixam que ela ande, como outros Reis europeus andam, descontraidamente pela rua. Não, os ingleses querem a sua Rainha majestosa. É a sua tradição própria, e isso é respeitado por toda a gente que vai a Londres e vê aquele amor pela Rainha.»

Porém, em Portugal, e ainda neste contexto, na nossa Monarquia Constitucional e Democrática, os Reis também representavam muito território. Contudo na cerimónia de coroação, os Reis de Portugal, desde do século XVII, com D. João IV, deixaram de colocar a Coroa na cabeça, estando a mesma ao seu lado, pois para eles aquele símbolo pertencia a uma outra Senhora, a Nossa…e até hoje é assim!

Em suma: era uma cerimónia prática realizada no Parlamento sob o seu respeito e legitimação, ou seja do povo representativo, menos esplendorosa, mais simples mas igualmente digna e bela.

O povo…esse vinha para as ruas, em indeterminável número, como nunca mais se viu hoje, dizer: viva o Rei!
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)