sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Prof. Doutor Carlos Cordeiro - Docente da Universidade dos Açores - Excertos da Entrevista ao Açoriano Oriental de 05/10/2009
A.O. - Há quase um século atrás, como foi vivido aqui nos Açores o dia 5 de Outubro de 1910?
A.O. - A recém conquistada Autonomia de 1895 foi afectada ou, pelo contrário, ganhou com a implantação da República?
Fonte - Açoriano Oriental, edição impressa, publicado a 5 de Outubro de 2009, páginas 10 e 11.
Publicação intergral do artigo - Sendo subscritor do A.O. Online, consulte aqui.
Foto - Direitos reservados ao seu autor.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O "Rei" Soldado
Ainda hoje me pergunto se alguma vez Portugal se poderá perdoar por não ter aproveitado a circunstância de ter no seu seio um homem bom que nasceu para ser Rei... mas a quem a tacanhez de espírito dos homens resolveu recusar o lugar que a história, por direito inalienável, lhe outorgou, que é o de REI DE PORTUGAL!»
Publicada por rotivsaile
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Reflexão-Síntese: a Democracia e a Chefia de Estado
Saladino
Hoje o que se vem constatando, com mediana clareza, é que os árabes, que muitos têm o nosso respeito, sempre conservaram a cultura de desenvolvimento, quando tiveram Sultões, Xeques, etc. Ou seja, antes de serem instauradas, numa História mais recente, repúblicas. Nem precisamos de falar do império egípcio e outros... Por outro lado, vejam-se hoje: o Irão, o Iraque, a Palestina, etc ?
Por seu turno, de realçar os países árabes com monarquias (usando o termo ocidental), que sem perderem a sua identidade, antes pelo contrário, usaram-nas como fonte de crescimento e desenvolvimento. Daí serem hoje países mais ricos, mais prósperos e mais cultos civilizacionalmente. São casos: Qatar, Arábia Saudita, Jordânia, Marrocos, etc.
Por fim, gostaríamos de manifestar, ao povo islâmico, a homenagem e o profundo respeito ao seu grande Rei (se calhar mais apropriado, e com as devidas adaptações, Imperador), Saladino. Exemplo ainda hoje de firmeza nos seus princípios, de tolerância e gerador de progresso para o mundo árabe. Foi o responsável pela derrota cristã advinda da (malfadada) 2.ª Cruzada. Uma nova concertação estratégica só foi possível, tempos mais tarde, com outro grande Rei, que se mostrou à altura de Saladino (onde se gerou mútuo respeito), e este foi Ricardo Coração de Leão, Rei de Inglaterra.
Saladido, homem respeitado de Ocidente a Oriente…ainda hoje.
Viva a NOVA MONARQUIA.
Para mais desenvolvimentos, consulte-se a respectiva Biografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Saladino
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
Digital Art - more Philip Scott Johnson: Visages d'Art (2008) | Baroque Art (2009) | CBS - 60 Years of Actresses (2009)
Visages d'Art from Philip Scott Johnson on Vimeo.
Baroque Art from Philip Scott Johnson on Vimeo.
CBS - 60 Years of Actresses from Philip Scott Johnson on Vimeo.
Qual dos regimes sairia menos dispendioso ao País ? Monárquico ou republicano ?
- No presente cenário de república, o erário público tem de assegurar o seu Presidente, os ex-Presidentes, as respectivas esposas e viúvas. Já sem descurar dos avultadíssimos dispêndios com as campanhas dos candidatos presidenciais, o «universo» republicano não comportará uma cifra bem mais alargada para o Estado atender…?!
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
"Ninguém vai mexer nisso. E, em matéria de divertimento, já vi melhor."
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
A nossa democrática Constituição, a Soberania Popular, o Pluralismo de Expressão, o Aprofundamento da Democracia Participativa, e a sua proporcionalidade e dimensão referendária
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
"Parte do povo parece não compreender bem o papel da monarquia"
Ex-Presidente da República Portuguesa
sábado, 10 de outubro de 2009
5 de Outubro monárquico na SIC e outros 31...
Por falar em Rodrigo Moita de Deus, a Acção 288 b dirige, desde já a todos os monárquicos, a seguinte proposta: esperando sinceramente que o processo judicial instaurado contra este decidido e valoroso activista monárquico se quede pela suspensão, confiando-se, assim, no bom senso, na boa apreciação e na boa decisão de muitos dos nossos magistrados, mas não descurada a hipótese do mesmo vir a julgamento, i.e. admitindo-se o cenário mais radical (promovido exclusivamente pelo "tolerante" candidato à Câmara Municipal de Lisboa [CML]...António Costa), propõe-se que no dia da audiência, todos os monárquicos façam uma COMPARÊNCIA MASSIVA NAQUELA SALA DE TRIBUNAL E, JUNTOS, FIQUEMOS SEMPRE DE PÉ EM MANIFESTO DE APOIO AO NOSSO COMPANHEIRO e demonstrar que, em (suposta) democracia, se ele for "arguido" por ter querido aclarar e repor a verdade na História dos portugueses, nós todos, de pé, então, também o seremos.
Se o Dr. Pedro Santana Lopes ganhar amanhã a CML, temos a profunda convicção que ele, dentro do seu legal alcance, vai tentar serenar este processo.
Festa Azul e Branca - 31 TV
G. Ribeiro Telles - Grande monárquico, homem sempre à frente do seu tempo... Entrevista
“As Câmaras Municipais fazem do sistema natural um espaço verde e do espaço verde uma decoração”.
Gonçalo Ribeiro Telles tem 82 anos e é considerado o primeiro ecologista português. Monárquico liberal, ex-ministro de Estado e da Qualidade de Vida, fundador do Movimento Partido da Terra, teve ao longo da sua carreira, uma vasta intervenção política e cívica. Em entrevista à “Traços Urbanos” não poupa criticas ao rumo que a gestão urbanística tomou. O arquitecto paisagista deixa também alguns recados aos autarcas do país de quem diz “não terem a noção do que é o território”. A requalificação urbana, os PDM’s e a gestão dos espaços verdes foram alguns temas abordados.
Entrevista Paula Fidalgo | Fotos Armanda Nogueira
Paula Fidalgo – Pensa que a cidade e campo são dois espaços antagónicos ou pelo contrário estão actualmente em conflito?
Gonçalo Ribeiro Telles: Há um conflito provocado, agora, por um modelo de crescimento e de desenvolvimento económico completamente errado. A cidade e o campo estiveram sempre interligados, são indispensáveis. Não existe cidade sem campo, nem campo sem cidade. Tanto uma como outro são consistentes. Há uma interface entre os dois que nasceu com o abatimento das muralhas, com uma ligação de vida ou de morte … A cidade sem o campo morre. Eles fazem parte da mesma unidade de planeamento. Quando não existe essa interligação e planeamento surge o caos de que é exemplo a Área Metropolitana de Lisboa, assim como tantos outros locais.
PF: A requalificação urbana levada a cabo nas cidades surte algum efeito?
GRT: Requalificação urbana pode considera-se apenas a recuperação de áreas históricas que têm uma possível consistência para serem novamente recuperadas para uma vida moderna, uma vida da contemporaneidade. Todo o resto, para além das cidades, não há recuperação possível. Há a fazer uma nova política em que não deve existir mais consumo de solo vivo e solo ainda não urbano. Há que recuperar o desenvolvimento urbano em áreas de demolição, não nas cidades históricas mas nos subúrbios e nas cidades de betão. Os conjuntos urbanos de betão com mais de trinta, quarenta anos só têm uma solução: serem abatidos, demolidos… aproveitado o entulhado no próprio lugar e reconstruir-se uma nova cidade por cima desse entulho.
Em Espanha e nas Balneares nenhuma Câmara Municipal deixa construir em terreno que não é ou foi construído. Só se pode investir urbanisticamente em zonas a demolir. Em Portugal estamo-nos a afogar. Vamos criar situações de terceiro mundo e principalmente problemas graves de fome e de ambiente.
PF: Concorda com a construção em altura?
GRT: A construção em altura traz problemas graves tais como o incêndio. O revestimento das construções actuais é de tal forma combustível que os bombeiros não conseguem dar resposta por mais escadas que tenham. A construção em altura não é uma construção que resolva o problema de espaço.
O facto de empilhar as pessoas em andares até alturas enormes tem um grave inconveniente: provoca a morte da rua em benefício do elevador.
PF: Numa tertúlia realizada o ano passado, em Lisboa afirmou que as “cidades estão a construídas para nada”... Porquê?
GRT: Estão a construir cidades só por construir e a criar não o vazio do espaço, mas o vazio do espaço construído. Os andares vazios em toda a Área Metropolitana de Lisboa apavoram-me. Continua-se a construir densamente noutras áreas. Umas esvaziam-se para se construir outras. É todo um processo de asneira e de especulação. Basta ver o que está a suceder em Alcochete à volta do novo centro comercial e das urbanizações que estão a ser povoadas por gente que sai de Sacavém e da primeira coroa periférica. A primeira coroa periférica tem prédios podres com mais de trinta anos, elevadores estragados. O sítio é repelente… horrível para as pessoas. O que vai suceder a esta zona? Em Espanha seria demolida e reconstruída. Em Portugal vai continuar a alugar-se, não o andar mas o número de camas. Se o andar tiver 10 camas aluga-se por 1000 a 1500 euros.
PF: Como analisa as intervenções paisagísticas que têm vindo a ser feitas pelos nossos arquitectos, nomeadamente em Portugal?
GRT: As intervenções na paisagem são na maior parte dos casos, excepto num ou outro caso de grande categoria, feito por arquitectos portugueses lá fora. Os nossos arquitectos trabalham em Itália, Espanha e França. No nosso país não podem trabalhar porque o planeamento não permite construção de espaços verdes. Em Portugal, os espaços verdes são considerados pelos autarcas e pelos próprios governos espaços decorativos.
PF: Mas não devia ser assim?
GRT: Sem dúvida que não. Os espaços verdes são espaços que as cidades precisam para fazerem uma interface com o natural. Basta ver a Avenida da Liberdade. Aquilo é uma decoração pífia de muito mau gosto. As autarquias gostam mais de gastar dinheiro em rotundas com esculturas, algumas com enxadas postas ao alto para lembrar o antigo, que já não existe, e depois os repuxos. Isto não faz sentido. É incultura total e não serve para nada.
PF: Então qual é a solução?
GRT: A solução é fazer paisagem.
PF: Acha que a paisagem constitui ou não “o diagnóstico de uma organização do território”?
GRT: Na paisagem, os ciclos fundamentais à vida social, colectiva e ao ambiente da vida humana estão presentes através da circulação da água, da matéria orgânica, do ar dos animais. Por exemplo, muitas das pragas que afectam os povoamentos florestais (povoamentos para a celulose e madeira) resultam de não haver orlas na mata. Os próprios animais dessas matas são o encontro com a mata, com o campo aberto. E a mata e os campos abertos são zonas de grande biodiversidade, e é por isso, que muitos animais ficam espaventados e caiem todos em cima das árvores.
PF: A gestão dos espaços verdes pelas Câmaras Municipais está completamente ultrapassada?
GRT: Sim. A concepção de espaço verde actualmente corresponde ao espaço verde do século XIX. Não responde às necessidades actuais da própria gestão e da manutenção do sistema natural. Nas cidades, os espaços verdes são coberturas ajardinadas dos estacionamentos subterrâneos, são ruas arborizadas com árvores raquíticas.
Hoje a cidade estendeu-se pelo território e não pode deixar de ter agricultura. Há jardins românticos que são verdadeiros monumentos e que devem ser preservados. O que fazemos agora não pode ter as mesmas raízes do século XIX.
PF: Porquê?
GRT: O espaço natural da grande cidade tem de ser muito maior do que antes. A dimensão urbana tem que incluir a circulação da água, da matéria orgânica, da vida silvestre porque senão se torna num monstro. Em Lisboa já não temos o campo à porta.
Por exemplo, Paris está com culturas de milho dentro da cidade. E a interligação em Portugal tem de ser desse género. Aqui todos os vazios têm de ser preenchidos como está bem patente no Plano Director Municipal de Lisboa. Os vazios estão simplificados em áreas de oportunidade. Isto é um escândalo. Será que ninguém repara? O que não é construído é uma área de oportunidade. Em França, a agricultura é exercida por urbanos (30 por cento) e não agricultores. Tudo por causa das novas tecnologias. É muito vulgar um médico possuir uma exploração agrícola que fica a 200 ou 300 quilómetros da sua residência. Não é o mesmo que comprar um monte no Alentejo, colocar lá um relvado e uma piscina.
PF: Por falar em espaços verdes como está o projecto dos corredores verdes para Monsanto?
GRT: O projecto está arrumado. Já não se faz. São espaços vazios para encher com mais betão. Não havia verba para fazer o corredor, segundo Eduarda Napoleão, vereadora do Urbanismo da Câmara de Lisboa O espaço vai ser transformado em empreendimentos.
PF: Mais uma selva de betão …
GRT: Não sei o que vamos fazer daqui a 30 anos a este betão. Não podemos levar o entulho… O bom betão só vive 70 anos. O bloco Marselha, monumento nacional, é tão caro recuperá-lo que é preferível deitá-lo abaixo e construí-lo de novo. O betão é efémero.
PF: Como são as cidades do século XXI?
GRT: Antes de mais é preciso ver onde começa e acaba a cidade. Hoje, o grande problema do país é a morte das aldeias. E a morte das aldeias é um problema de cidades. O aglomerado urbano que vive do abrigo, do encontro das pessoas, do tecto, do ambiente é a cidade. Mas isso também existe e tem de existir na aldeia. A dimensão é que é diferente. O que está aqui em causa não é a cidade que dentro de pouco tempo terá 80 por cento da população a viver nela incluindo as aldeias. As aldeias não podem despovoar-se como está a acontecer… fechar escolas porque não há meninos e depois a natalidade não existe. Dentro de pouco tempo isto é um país de velhos, de asilos urbanos.
PF: Este despovoamento das aldeias terá a ver com os constrangimentos dos Planos Directos Municipais?
GRT: Sim. Com os actuais modelos de PDM não há recuperação urbana das aldeias para os aldeões. Há recuperação de algumas aldeias para o turismo. Mas não há turismo sem aldeões. Estamos completamente errados. A recuperação das aldeias passa pelo restabelecimento da agricultura local. E isso é que não se quer. Alguns economistas foram burros e outros especuladores quando disseram que a agricultura não tinha significado económico, que se podia comprar tudo no estrangeiro. Assim, vamos passar fome porque a agricultura de proteínas e amido é fundamental e está cada vez mais cara a nível internacional. Primeiro, porque os países que as produzem facilmente são só seis: Estados Unidos, Canadá, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia e a Austrália. E agora eles têm um problema grave. Grande parte dessa produção (produtos de proteínas e amido) que encare-se a nível mundial foi deslocada para o terceiro mundo não morrer de fome e não sair do asfalto das zonas desenvolvidas. E depois há outro problema: o petróleo. Quando ele sobe, sobem os preços dos produtos. Nós em Portugal não temos divisas para aguentar o futuro.
PF: Porque é ainda não foi adoptado um modelo para responder aos desafios que a cidade do século XXI coloca?
GRT: Porque se pratica um urbanismo zonado. Cada zona tem as suas características, os seus índices de volumetria e de construção, o que transforma a cidade num autêntico puzzle.
PF: Em 2003, o Governo de Durão Barroso tentou alterar as regras e as áreas da REN (Reserva Ecológica Nacional) e RAN (Reserva Agrícola Nacional. Os próprios autarcas vêem-nas como um obstáculo ao crescimento das cidades. O que pensa da questão e de alguns destes propósitos?
GRT: As REN e as RAN como propósitos são imbatíveis. Já ninguém tem coragem de dizer que nenhuma delas deve deixar de existir. A questão que se coloca é que ambas têm de se integrar num planeamento coerente e global do território. E, neste momento, não há esse planeamento, essa noção de continuidade necessária a todo um sistema natural.
As REN e as RAN como propósitos são imbatíveis. Já ninguém tem coragem de dizer que nenhuma delas deve deixar de existir. A questão que se coloca é que ambas têm de se integrar num planeamento coerente e global do território. E, neste momento, não há esse planeamento, essa noção de continuidade necessária a todo um sistema natural.
PF: Ao longo da sua carreira alertou o país, os políticos, os Governos para problemas como o desastre que iria ser a primeira geração das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), previu as cheias catastróficas que aconteceriam nos anos de mais chuva devido à impermeabilização dos solos com a construção em leitos em cheia, explicou porque é que a floresta iria continuar a arder… Apesar dos avisos que fez quase ninguém os levou em conta e até o chegaram a classificar de “lunático”...
GRP: O melhor é perguntar isso aos políticos, ao governo. Nesta entrevista já fiz a previsão da fome. Hoje, o problema não é de religiões nem económicos, mas sim de cultura e língua. Quem defender a sua cultura, tem de defender o seu espaço, a sua identidade e assim terá um futuro garantido. Ao longo dos anos, Portugal tem combatido isso. A nossa vizinha Espanha está à espera… A imprensa espanhola fala de uma certa independência à Catalunha, País Basco, Andaluzia e Valência. Estas integram-se na Europa. São independentes para dentro e monipolares para fora.
O pólo que querem dominar com a língua espanhola e com este sistema é a Península e a América do Sul. Portugal está a tornar-se uma excentricidade dentro da Península e nós não damos por isso. O príncipe Filipe visitou todos os centros de língua espanhola no Brasil, que têm um prestígio que não tem nenhum português. Se nós não defendermos a nossa cultura, identidade o melhor é arrumarmos as botas. Espanha tem cada vez mais uma grande força na Europa. As línguas oficiais da União Europeia escolhidas foram o inglês, francês e o alemão. Mas houve um país que protestou: a Espanha. Ela vai ser a quarta e não quer uma quinta.
PF: Participou no lançamento do projecto de requalificação do Jardim Portas do Sol, em Santarém. Na sua opinião e face às características naturais da cidade de Santarém, como é que a cidade ou o seu crescimento se deve articular com as mesmas?
GRT: Santarém está perdida. Todo o envolvimento de Santarém é um desastre tremendo. Dizem que é preciso salvar as Portas do Sol, concerteza! Vamos aproveitar o que tem de bom e dar-lhe uma utilidade actual. Mas temo pelo que se pode fazer.
Santarém está em cima de uma plataforma de calcário e tem aqueles vales que saem do planalto. O grave é quando os vales estão obstruídos. Quando não estão obstruídos impedem a sua saída com as novas urbanizações. O pior que fizeram foi tirar as hortas dos vales. Não havendo hortas, a água não se evapora. Através da vegetação, a água entra e segura, senão há evaporação. A água concentra-se e aquilo vai por ali abaixo. É um problema de sustentabilidade, de recuperação, de paisagem. As Câmaras Municipais fazem do sistema natural um espaço verde e do espaço verde uma decoração.
PF: Foi um dos impulsionadores e continuador da licenciatura de arquitectura paisagística fundada pelo professor Caldeira Cabral, na Universidade de Évora. Quais os frutos dessa licenciatura?
GRT: Os frutos são óptimos em termos humanos. Temos excelentes arquitectos mas que não funcionam no nosso país. O ano passado ganharam o prémio de Urbanismo do Senado de Berlim com a recuperação de um logradouro bombardeado através da criação de cisternas para recolha de águas da chuva para uso local (factura energética).
Os nossos arquitectos estão a trabalham muito bem em Itália, França e Espanha e já ganharam muitos concursos. Em Portugal não há concursos. Maior parte deles já têm afilhados e as Câmaras Municipais não gostam dos arquitectos paisagísticos porque trazem aquilo que se chama sistema natural. E o sistema natural não dá votos.
Não se vê imediatamente. Pela minha geração já não temo, mas temo pelos mais novos quanto ao seu futuro.
PF: Actualmente faz parte da Comissão do Programa Nacional do Ordenamento do Território. Qual o cenário previsto?
GRT: Estou horrorizado. O cenário que se está a traçar para o território é um litoral e um Algarve completamente urbanizado, e um interior sem gente para o eucalipto, uma vez que a agricultura não serve para nada porque não entra no mercado internacional.
O primeiro defensor do desenvolvimento sustentado
Ecologia era uma palavra desconhecida em Portugal quando o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, muito antes do 25 de Abril, se fez ouvir para defender o ordenamento do território e o desenvolvimento da sustentabilidade.
Durante o Estado Novo militou na Juventude Agrária Católica, acentuando a sua oposição ao regime nas sessões do Centro Nacional de Cultura. Com Francisco Sousa Tavares, em 1957, fundou o Movimento dos Monárquicos Independentes, a que se seguiu o Movimento dos Monárquicos Populares, assumindo-se claramente contra a ditadura. Em 1967, aquando das cheias de Lisboa, foi à televisão explicar a calamidade e apontar o dedo à má política de urbanização do Governo. Após a Revolução de Abril, fundou o Partido Popular Monárquico, o Movimento Alfacinha e o Partido da Terra.
Homem de ideias firmes e de uma frontalidade a toda a prova, foi empossado secretário de Estado do Ambiente em Outubro de 1975 e a partir de Setembro de 1981 exerceu funções de ministro de Estado e da Qualidade de Vida. Foi ainda professor catedrático da Universidade de Évora e vereador da Câmara Municipal de Lisboa, além de deputado da Assembleia da República.
Aos 82 anos, este lisboeta nascido em 1922, mantém a irreverência que se lhe tornou característica. Continua a criticar os “disparates” que se fazem no país. Do quarto andar de um prédio da baixa pombalina, onde ainda trabalha, continua a observar a “sua” cidade. Hoje, porventura afastado da vida política activa, o arquitecto paisagista “exigente” faz ainda questão de intervir.»
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Não só trocava-se como reponha-se A Verdadeira
Monárquicos desafiam República a um referendo
«Em pleno dia de comemoração da República, um grupo de monárquicos lançou um desafio ao regime: quer uma alteração da Constituição, que permita a realização de um referendo. Os republicanos rejeitam o desafio, garantindo que a República é pacífica em Portugal. E o PS já diz que não muda nada.
Esta madrugada, já em pleno dia de comemoração da República, um grupo de centenas de monárquicos desembarcou simbolicamente perto do Terreiro do Paço, correu em direcção ao Largo Camões, hasteou a bandeira da Casa Real e pediu que se abrissem as portas à realização de um referendo, em Portugal, à República.
O desafio foi preparado com máxima discrição e teve de contornar vários obstáculos, explicou ontem ao DN - ainda antes da iniciativa - Paulo Teixeira Pinto, o ex-governante e ex-presidente do BCP, que agora lidera a Causa Real.
Os obstáculos começaram no sábado, quando o grupo (estavam previstos 500 defensores da causa) recebeu a informação de que não poderiam desembarcar, como o rei D. Carlos há 101 anos, no dia do regicídio, no Terreiro do Paço, mas apenas no Cais do Sodré. Continuaram com um aviso: de que a bandeira monárquica não poderia entrar a bordo - o que não impediu ninguém, nem o próprio Teixeira Pinto, de a usar, assim como de ostentar as T-shirts a dizer "Eu quero um Rei". No início da iniciativa, tudo corria como previsto, com a polícia a acompanhar o grupo.
Mas a aventura nocturna era só simbólica. Antes de entrar no cacilheiro que o levaria ao Cais do Sodré, Paulo Teixeira Pinto garantia ao DN que a sua luta, a da monarquia, "é política". No discurso que preparou para fazer, de uma varanda do Largo Camões, constava uma exigência bem definida: "Queremos suprimir a cláusula da Constituição que diz ser irremovível a República como base do sistema político português."
A questão é polémica. Teixeira Pinto diz que "só" quer trocar a palavra "República" dessa alínea constitucional pela palavra "democracia" - alegando que essa, sim, é a base do sistema político nacional. Porém, a ser aceite pelos deputados, a alteração permitiria um outro passo, que constitui o verdadeiro objectivo da acção desta madrugada: "Fazer um referendo" à República - que hoje faz 99 anos de existência.
A guerra é política e os monárquicos sabem disso. Mas não partidária, alegam. "Eu sou monárquico e nunca votei no PPM", garante. Mas o certo é que, para atingir os objectivos, elaterá sempre de contar com apoio nos partidos.
Agora, depois do discurso - que diz ser o "primeiro passo" de uma luta que quer levar até ao fim - Teixeira Pinto quer que a sua Causa Real vote o passo seguinte: levar ao Parlamento uma proposta, para que lá se discuta a mudança constitucional. É que a legislatura que começa agora é de revisão. E as novas regras da Assembleia já permitem que um grupo de cidadãos apresente propostas para votação.
Porém, nada indica que a iniciativa tenha sucesso dentro de São Bento. Vital Moreira, deputado da Constituinte de 1975 e fiel a José Sócrates, é taxativo na rejeição da proposta. "Ninguém vai mexer nisso. E, em matéria de divertimento, já vi melhor."
À previsível resposta, Teixeira Pinto recorda um debate, na RTP, onde esteve com António Reis e Medeiros Ferreira, dois republicanos e socialistas que, garante, admitiram que a cláusula não fazia sentido, admitindo mudá-la. Ontem, em declarações ao DN, Medeiros Ferreira admite recordar-se desse debate, mas não do "compromisso". "Os monárquicos tiveram uma oportunidade de ouro para participar nessa discussão em 1975, mas afastaram-se. Hoje, essa não é uma questão pendente", remata o ex-deputado.
Na próxima bancada socialista, de resto, reina a desconfiança face à proposta. "A República é um caminho adequado", diz Ricardo Rodrigues. E se a proposta chegar mesmo a São Bento? "São precisos dois terços dos deputados para a aprovar", recorda o socialista.
Se a ideia ficar pelo caminho, o referendo ao regime fica excluído. Mas Teixeira Pinto promete não desistir. Este ano, promete várias acções "surpreendentes". E já se prepara para, de hoje a um ano, contar quantos republicanos e quantos monárquicos estarão nas respectivas cerimónias.»
Os 101 anos após a morte do Rei D. Carlos I
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Portugal é o segundo país da UE com menos pessoas com estudos superiores
Atrás de Portugal no "ranking" dos piores, com percentagens abaixo dos 12 por cento, só mesmo a Roménia, com sete regiões.
Nem mesmo com os facilitismos introduzidos por Bolonha, estas três republicas conseguem elevar os níveis do progresso mais necessário: conhecimento e educação.
"Curiosamente" os três primeiros países deste mesmo “ranking” são monarquias. Coincidências ? Julgamos que não...
Artigo: http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/193965
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Projecto de Óscar Niemeyer para Ponta Delgada - Museu de Arte Contemporânea
Uma estrutura que projectará Ponta Delgada "para fora das nossas fronteiras e para a frente do nosso tempo" e que vai ser projectado pelo arquitecto brasileiro de 101 anos, Óscar Niemeyer. (...)»
«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)
«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)
Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)
Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)
«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)
«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)
«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)
«Pergunta: Queres ser rei?
Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)
Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)
«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)
«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)
«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)