É um profundo erro pensar-se que as condições naquela altura eram mais favoráveis, e lá porque tínhamos bons reis as coisas aconteceram. Não. A Finlândia fez, nos nossos dias, com a marca Nokia, o seu "império", aquilo que D. João I depositou no mar…uma forte crença no desenvolvimento. Acreditar fortemente num objectivo. A Monarquia portuguesa sempre foi e será mais de que uns senhores de barbas e espadas. É o sistema por excelência mais desenvolvido que existiu em Portugal. Não foi à toa que tivemos dos chefes de Estado mais eruditos do mundo. Há que recuperar isso mesmo. Há que (re)acreditar, recuperar, restaurar.
É tão errado confundir progresso técnico, por um lado, e, por outro, progresso político e económico, ambos submetidos à luz da História. São conceitos absolutamente distintos. Senão vejamos: não há dúvida que hoje vive-se com melhores meios técnicos que há 20 anos atrás. Contudo, Portugal não está melhor que no reinado, e tirando à sorte, de um D. João II ou de um D. Pedro II. Está sim, economicamente e politicamente, enumeras vezes pior.
Os países onde impera o desenvolvimento, próximo àquele que resulta das empresas frutuosas, com sistemas empresariais estruturados, baseados em atitudes positivas, regeneradoras face à adversidade dos problemas, são inquestionavelmente os melhor sucedidos. As empresas sustentam-se em mecanismos abertos e resolutivos, e para Portugal era preciso o mesmo, algo que, neste momento, só a Monarquia conseguirá repor.
Mas porque, afinal, começamos a decair ? Verdade é que desde Pombal (sem descurar dos aspectos positivos que a política do Marquês teve), época onde radicou o verdadeiro Absolutismo, o Governo começou por isolar os monarcas do povo (em vez daquilo que fez D. Miguel I, Rei que era querido e próximo do povo); Seguindo-se aquele período, veio a descoordenação criada por D. Pedro IV, que culminou, no reinado de Sua filha, no único movimento, até hoje, genuinamente popular, a Maria da Fonte, que em certa medida amparou e retardou a queda monárquica, já fortemente "coordenada" pelo jacobinismo maçónico. Como não bastasse, o epílogo desse cenário reflecte o pior: a I Republica de Afonso Costa. Por alguns apelidado o pior português de sempre, indubitável perseguidor dos costumes portugueses e de outras boas práticas que até hoje foram irrecuperáveis; Por seu turno veio a II República, que dispensará, pelos motivos sobejamente conhecidos, qualquer comentário de maior, a não ser para aqueles que pensem que Salazar era monárquico. Neste domínio, o terrível legado que ele deixou aos monárquicos, leva a concluir que foi este estadista, suposto "monárquico", a figura mais importante da consolidação do republicanismo. Dir-se-ia mesmo quer direita ou esquerda republicana que queira homenagear o seu maior "herói", é sem dúvida ao Prof. Salazar que devem erguer a estátua. Justificação: o republicanismo português deve a ele a sua actual sustentação, pela forma como Oliveira Salazar geriu ambos os sectores, inclusive quando foi discutida a continuidade do sistema de Estado em Conselho, foi a república que ele escolheu; Actualmente a III República, caminhante incapaz de travar a total desvalorização ética e ausente de visão estruturante no panorama nacional e internacional, não consegue apresentar-se como via resolutiva deste cenário, à semelhança das suas predecessoras. É desprovida de uma ambiência afirmativa. Estigmatizada e saturada por uma atmosfera de falta de motivação e de alegria (referimo-nos, por exemplo, à forma como os britânicos, dinamarqueses, espanhóis, etc, saúdam entusiástica e publicamente os seus chefes de Estado), vectores tão necessários ao brilho e bom trilho de um País, vivendo-se numa verdadeira tela de descrença em Portugal, cenário de pura depressão colectiva. Há ausência de estímulo. É neste cenário que a restauração da Monarquia, que foi tirada abruptamente ao povo, faz hoje todo sentido. Daí que inúmeros movimentos jovens (e menos jovens) começam, só agora, a surgir em grande proporção. Movimentos civis, já não emanados de reais associações ou afins. Agora emerge mesmo do povo. Esta força vem de dentro de cada um, nasce com o português. A Monarquia esteve apenas em hibernação, agora é chegado o momento de restaurar Portugal, de reconciliar o povo com o seu representante de Estado. Terminar este estado de suspensão em que andamos mergulhados à 100 anos. A Monarquia é a alegria de Portugal é a alegria de todos os portugueses… Ser monárquico é estar num patamar acima, de absoluta neutralidade política, o que só beneficia o progresso da Nação. Permite o são convívio entre as diferenças, o que tornou Portugal tão grande. A república é redutora. Já Platão tinha percebido isso.
É neste contexto que se conclui facilmente o porquê do mal que, inevitavelmente, andamos a auto infligir-nos há quase 100 anos, de seu nome: república. Aproveitando as palavras do destemido português João Ferreira Rosa, a «instauração da República é um filme de terror. Por isso nunca a referendaram. Nenhum país no mundo tem uma ditadura com 100 anos, como nós temos.» É neste "terror", quase sucessório, que ainda estamos submetidos. O referendo impõe-se para restituir a alegria ao povo português, a crença no seu mais alto representante, a reconciliação do espírito dos portugueses, dos açorianos e dos madeirenses com a sua verdadeira linha constitucional, alterada por um grupo armado e organizado que nada reflectia a vontade colectiva.
Queremos um Portugal moderno, sofisticado, refinado, urbano, prestigiado. Nos 100 anos da instauração revolucionária e jacobinesca da república, caberia ao Prof. Cavaco Silva, como homem de bom senso, por iniciativa própria, em prol da democracia, da História e em sinal de total desapego ao lugar que ocupa, mas como exemplo de bom português, inovar em relação aos seus antecessores, provocar o abanão e dar a voz ao povo para se saber se este quer continuar em república, ou, em vez disso, repor o Rei de Portugal. Neste cenário, fosse qual fosse a decisão dos portugueses, o Prof. Aníbal Cavaco Silva ficaria bem em ambos os desfechos, como aquele que, democraticamente, veio repor algum acerto à Historia de Portugal. Nunca mais seria esquecido por isso…
Para finalizar, e sem desvalorizar a tão boa música urbana produzida em Portugal, o fado, tão nosso e tão belo, podia, em espírito monárquico, deixar de ser aquele tom taciturno tão característico da república desenhada pelo Prof. Salazar, e voltar a ser aquele tom alegre e positivo, mas não menos profundo. Por tudo isso, termina-se esta intervenção deixando dois exemplos de como um Portugal, culturalmente crente em si, pode ser tão positivo e transmitir tanta confiança e alegria. Aqui ficam as vozes e as melodias do V Império…
EU QUERO UM REI! Direito ao referendo! Viva a Monarquia!
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