Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

05/10/1910 (11 horas): o início das trevas, da tristeza e do negativismo

Não aflorando, em rigor, o extraordinário conceito do Pde. António Vieira relativamente ao "português do V Império", dir-se-ia apenas, quase seguindo, de muito longe, o douto pensamento do Prof. Agostinho da Silva, e um pouco mais de perto a obra de Manoel de Oliveira, que falta-nos o espírito do V Império para podermos regressar às boas prestações que nos deram marca na história mundial. As empresas de D. João V e o ouro do Brasil; O empreendedorismo de D. João I, voltando-se para o mar enquanto os monarcas de outros países, seus contemporâneos, ainda se voltavam para a terra, instaurador da 1.ª Globalização e de um sistema de comércio mais tarde copiado por Castela, Holanda e Inglaterra. É neste contexto marítimo que ainda hoje se justifica referir que o Mar devia ser fundamental para Portugal e, no entanto, é tão esquecido pela república. Relembre-se que na proporção mar / terra, somos ainda uma potência territorial, só ultrapassada pela Rússia na Europa.

É um profundo erro pensar-se que as condições naquela altura eram mais favoráveis, e lá porque tínhamos bons reis as coisas aconteceram. Não. A Finlândia fez, nos nossos dias, com a marca Nokia, o seu "império", aquilo que D. João I depositou no mar…uma forte crença no desenvolvimento. Acreditar fortemente num objectivo. A Monarquia portuguesa sempre foi e será mais de que uns senhores de barbas e espadas. É o sistema por excelência mais desenvolvido que existiu em Portugal. Não foi à toa que tivemos dos chefes de Estado mais eruditos do mundo. Há que recuperar isso mesmo. Há que (re)acreditar, recuperar, restaurar.

É tão errado confundir progresso técnico, por um lado, e, por outro, progresso político e económico, ambos submetidos à luz da História. São conceitos absolutamente distintos. Senão vejamos: não há dúvida que hoje vive-se com melhores meios técnicos que há 20 anos atrás. Contudo, Portugal não está melhor que no reinado, e tirando à sorte, de um D. João II ou de um D. Pedro II. Está sim, economicamente e politicamente, enumeras vezes pior.

Os países onde impera o desenvolvimento, próximo àquele que resulta das empresas frutuosas, com sistemas empresariais estruturados, baseados em atitudes positivas, regeneradoras face à adversidade dos problemas, são inquestionavelmente os melhor sucedidos. As empresas sustentam-se em mecanismos abertos e resolutivos, e para Portugal era preciso o mesmo, algo que, neste momento, só a Monarquia conseguirá repor.

Mas porque, afinal, começamos a decair ? Verdade é que desde Pombal (sem descurar dos aspectos positivos que a política do Marquês teve), época onde radicou o verdadeiro Absolutismo, o Governo começou por isolar os monarcas do povo (em vez daquilo que fez D. Miguel I, Rei que era querido e próximo do povo); Seguindo-se aquele período, veio a descoordenação criada por D. Pedro IV, que culminou, no reinado de Sua filha, no único movimento, até hoje, genuinamente popular, a Maria da Fonte, que em certa medida amparou e retardou a queda monárquica, já fortemente "coordenada" pelo jacobinismo maçónico. Como não bastasse, o epílogo desse cenário reflecte o pior: a I Republica de Afonso Costa. Por alguns apelidado o pior português de sempre, indubitável perseguidor dos costumes portugueses e de outras boas práticas que até hoje foram irrecuperáveis; Por seu turno veio a II República, que dispensará, pelos motivos sobejamente conhecidos, qualquer comentário de maior, a não ser para aqueles que pensem que Salazar era monárquico. Neste domínio, o terrível legado que ele deixou aos monárquicos, leva a concluir que foi este estadista, suposto "monárquico", a figura mais importante da consolidação do republicanismo. Dir-se-ia mesmo quer direita ou esquerda republicana que queira homenagear o seu maior "herói", é sem dúvida ao Prof. Salazar que devem erguer a estátua. Justificação: o republicanismo português deve a ele a sua actual sustentação, pela forma como Oliveira Salazar geriu ambos os sectores, inclusive quando foi discutida a continuidade do sistema de Estado em Conselho, foi a república que ele escolheu; Actualmente a III República, caminhante incapaz de travar a total desvalorização ética e ausente de visão estruturante no panorama nacional e internacional, não consegue apresentar-se como via resolutiva deste cenário, à semelhança das suas predecessoras. É desprovida de uma ambiência afirmativa. Estigmatizada e saturada por uma atmosfera de falta de motivação e de alegria (referimo-nos, por exemplo, à forma como os britânicos, dinamarqueses, espanhóis, etc, saúdam entusiástica e publicamente os seus chefes de Estado), vectores tão necessários ao brilho e bom trilho de um País, vivendo-se numa verdadeira tela de descrença em Portugal, cenário de pura depressão colectiva. Há ausência de estímulo. É neste cenário que a restauração da Monarquia, que foi tirada abruptamente ao povo, faz hoje todo sentido. Daí que inúmeros movimentos jovens (e menos jovens) começam, só agora, a surgir em grande proporção. Movimentos civis, já não emanados de reais associações ou afins. Agora emerge mesmo do povo. Esta força vem de dentro de cada um, nasce com o português. A Monarquia esteve apenas em hibernação, agora é chegado o momento de restaurar Portugal, de reconciliar o povo com o seu representante de Estado. Terminar este estado de suspensão em que andamos mergulhados à 100 anos. A Monarquia é a alegria de Portugal é a alegria de todos os portugueses… Ser monárquico é estar num patamar acima, de absoluta neutralidade política, o que só beneficia o progresso da Nação. Permite o são convívio entre as diferenças, o que tornou Portugal tão grande. A república é redutora. Já Platão tinha percebido isso.

É neste contexto que se conclui facilmente o porquê do mal que, inevitavelmente, andamos a auto infligir-nos há quase 100 anos, de seu nome: república. Aproveitando as palavras do destemido português João Ferreira Rosa, a «instauração da República é um filme de terror. Por isso nunca a referendaram. Nenhum país no mundo tem uma ditadura com 100 anos, como nós temos.» É neste "terror", quase sucessório, que ainda estamos submetidos. O referendo impõe-se para restituir a alegria ao povo português, a crença no seu mais alto representante, a reconciliação do espírito dos portugueses, dos açorianos e dos madeirenses com a sua verdadeira linha constitucional, alterada por um grupo armado e organizado que nada reflectia a vontade colectiva.

Queremos um Portugal moderno, sofisticado, refinado, urbano, prestigiado. Nos 100 anos da instauração revolucionária e jacobinesca da república, caberia ao Prof. Cavaco Silva, como homem de bom senso, por iniciativa própria, em prol da democracia, da História e em sinal de total desapego ao lugar que ocupa, mas como exemplo de bom português, inovar em relação aos seus antecessores, provocar o abanão e dar a voz ao povo para se saber se este quer continuar em república, ou, em vez disso, repor o Rei de Portugal. Neste cenário, fosse qual fosse a decisão dos portugueses, o Prof. Aníbal Cavaco Silva ficaria bem em ambos os desfechos, como aquele que, democraticamente, veio repor algum acerto à Historia de Portugal. Nunca mais seria esquecido por isso…

Para finalizar, e sem desvalorizar a tão boa música urbana produzida em Portugal, o fado, tão nosso e tão belo, podia, em espírito monárquico, deixar de ser aquele tom taciturno tão característico da república desenhada pelo Prof. Salazar, e voltar a ser aquele tom alegre e positivo, mas não menos profundo. Por tudo isso, termina-se esta intervenção deixando dois exemplos de como um Portugal, culturalmente crente em si, pode ser tão positivo e transmitir tanta confiança e alegria. Aqui ficam as vozes e as melodias do V Império…

EU QUERO UM REI! Direito ao referendo! Viva a Monarquia!


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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)