Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Know-how

É transversalmente sabido que a especialização é a maior alavanca do progresso.
Quanto mais especializado for um agente, maior a sua capacidade para poder responder a um problema e solucioná-lo. Sempre foi assim e sempre será assim.
O know-how, savoir-faire ou conhecimento processual é o conhecimento de como executar alguma tarefa…como executá-la melhor do que aquele que não tem esse conhecimento.
Ainda bem que temos um carpinteiro, homem que dedicou a sua vida às técnicas de trabalhar a madeira para poder reparar um móvel lá de casa e/ou construir um armário. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um canalizador, homem que dedicou a sua vida às técnicas de trabalhar os sistemas de águas e canalizações das nossas moradias para poder reparar algum entupimento ou torneira que pinga lá em casa. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um mecânico, homem que dedicou a sua vida às técnicas da mecânica automóvel para poder reparar algum problema nas nossas viaturas. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um informático, homem que dedicou a sua vida às técnicas informáticas para poder reparar algum problema de vírus que surgiu no nosso PC. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um médico, homem que dedicou a sua vida às técnicas da medicina de modo a poder proporcionar uma cura para algum problema de saúde que tenhamos. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ainda bem que temos um advogado, homem que dedicou a sua vida às técnicas jurídicas e às leis pois é através dele, e pela sua mediação, que podemos resolver problemas graves que possam afectar a nossa vida civil. Com esse know-how ele proporciona-nos melhor condição de vida.
Ora, em lato sentido, a dicotomia entre o regime monárquico e o republicano também se discute nestes termos: especialização, conhecimento, know-how e realização de melhor condição de vida para os outros.
Um Rei (ou Rainha) quando nasce Príncipe, não nasce com graça divina superior à minha, à do carpinteiro, à do canalizador, à do mecânico, à do médico ou à do advogado. É exactamente igual. Mais, ele não nasce nem tem maior dignidade humana que eu, que o carpinteiro, o canalizador, o mecânico, o médico ou o advogado…é exactamente a mesma.
A diferença é que, desde cedo (e o quanto mais cedo melhor), enveredaram por um caminho especializado, um caminho para servir num específico sentido. Com o know-how que possuem, proporcionam aos outros uma melhor condição de vida.
O Rei (ou Rainha de iure) é por definição a especialização maior, o know-how em continuo aperfeiçoamento para a melhor execução do cargo de nosso representante, firme, democrática e historicamente fundado na nossa identidade pátria. O Rei é, por isso, o maior garante da “res publica”. O Rei é o intermediário maior do povo português, aquele que, pelo prestígio angariado em anos de formação, assegura não só um maior reconhecimento inter-geracional (ex. todos conhecem o Rei de Espanha, poucos conhecem o presidente da república portuguesa), bem como um maior prestígio para a Nação, como foi durante 767 anos, e que permite melhores resultados operacionais, até quiçá, para a acção do governo nacional. O Rei constitucional não é um obstáculo à governação (como muito se constata em república na relação presidente vs Governo), mas sim uma via efectiva de auxílio institucional.
Em contra partida, o sistema republicano comporta, na sua génese, um erro dramático. Além da impreparação grosseira de muitos presidentes que tivemos, pois muitos seguiram carreiras durante longos e longos anos em práticas desviantes de saber ser o nosso maior magistrado ou muitos seguiram caminhos partidários (ou seja de partes ou partidos), na realidade o resultado traduz-se à vista e somos uma País objectivamente desacreditado. Um presidente, por melhor que seja, nunca terá a formação para o cargo de um Rei. É um critério inquestionavelmente objectivo. 
A república enferma do erro crónico de não ser mandatária (não só porque nem todos votam num só representante nas eleições), mas sim porque no seu sentido puro a “res publica” materializa-se na própria república, sem capacidade ou habilidade para nos saber fazer mandatar. A “res publica”, para o republicanismo, é a própria república…e este é o erro paulatinamente mortal para um País. A república é como ir a julgamento sem advogado ou com um inexperiente. Rei é o nosso melhor mandatário, o mandatário bom, competente e tecnicamente apto mas que não trabalha para o povo pelo regime do apoio judiciário…  O seu trabalho é da máxima qualidade e muitíssimo menos dispendioso!
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)