Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Patriotismo impulsionador de progresso | O Presidente dos EUA e o Rei

Em tempos escrevi e subscrevo – “Os Estados Unidos da América (EUA), constituídos ex novo, aquando da sua independência do Império Britânico, criaram o seu próprio modelo constitucional, republicano e presidencialista, com base maçónica e jacobina, é verdade (veja-se, por exemplo, o verso da nota de um dollar [...]), mas não menos “dinástico” dado o relevo de algumas “casas” como as dos Clinton, dos Bush, dos Kennedy, etc, que não tardarão estar, dentro de alguns anos, novamente no “trono”. É talvez a este propósito que o politólogo e sociólogo francês Maurice Duverger de esquerda refere que os EUA é última monarquia que subsistia, enquanto sistema presidencialista puro, por se equiparar e ser seu sucedâneo do sistema monárquico tradicional. De salientar que, desde há muito, Portugal, em Monarquia, havia evoluído de um sistema tradicional para um liberal. Apesar de tudo isto, temos de admitir, que dadas as circunstâncias históricas, a época e a geografia onde se inserem os EUA, o seu modelo de Estado apresenta alguma coerência.”

Mais do que coerência é justo dizer-se que apresentaram desenvolvimento. É o sonho americano…
Mas esse “sonho” tem uma explicação, em parte baseada naquilo que foi referido no intróito, mas também pela liberdade e autodeterminação existentes entre estados (ao contrário do que acontece com o doente modelo europeu). O modelo norte americano é gerido pelo Senado e moderado pelo poder presidencial. Porém, não obstante o poder efectivo encontrara-se na esfera daquele órgão plural (veja a enredada matéria da Saúde que recentemente acabou por ser uma vitória da administração Obama), o Presidente dos EUA, nos termos em que foi referido, e com as devidas adaptações, encontra-se próximo da representatividade de um Rei, é um símbolo! E é precisamente esse símbolo que indesmentivelmente é a resposta para o são patriotismo que motivou e potenciou o desenvolvimento daquela Nação com 234 anos. O Povo Americano patrioticamente gosta do seu chefe de Estado.

O mesmo acontecerá hoje em Portugal ? Obviamente que não! O outro dia assistia, na SIC, a uma interessante reportagem sobre alunos de uma Universidade Sénior no contexto das celebrações do centenário da república. Todos os testemunhos revelaram conhecer os nomes dos seus Reis e até os respectivos cognomes. Impressionante! Quanto aos presidentes da república os semblantes de incerteza instalaram-se. Não sabiam ao certo, não sabiam pura e simplesmente ou tinham dúvidas quanto aos seus nomes, tudo isto apesar de ser um regime recente, com apenas 100 anos, teoricamente mais fácil de memorizar.

A realidade é esta: os portugueses, no geral, não se revêem estruturadamente na república e, consequentemente, no seu presidente. Esse é o problema basilar de Portugal! Se no topo da pirâmide não temos alguém em quem acreditamos, gostamos ou nos revemos (ou na melhor das hipótese nos diz pouco), como vamos ter força patriótica para combater as adversidades que ciclicamente se instalam? Não é à toa que as nossas três repúblicas foram sinónimo directo de três revoluções. Perdeu-se tempo! Temos de recuperar alegria e o são patriotismo! Esses compósitos só a nossa Família Real consegue nos restituir, com uma nova e moderna Monarquia a instaurar em Portugal…por vontade dos portugueses.

Foto - Barack Obama / Yahoo
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)