Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Salazar, não foi propriamente fascista

Dr. Mário Soares 

Na sequência de um péssimo artigo de um amigo jornalista desta rede social, quem considero o melhor conversador português, mas longe de ser um bom articulista, no qual atinge, sem fundamento sustentável ou contraditório do visado, o Prof. Doutor Jaime Nogueira Pinto, um dos maiores pensadores e dos mais corajosos portugueses que temos vivos em Portugal, pessoa que me orgulha enquanto cidadão desta Nação pela firmeza e retidão de caráter que possui, bem como pela defesa altamente sustentada das suas convicções, considerando o assumido conservador, naquele abusivo texto, indelicadamente, de fascista.

Chamar uma pessoa de fascista sem qualquer suporte bibliográfico, fonte, etc, só porque é o seu "entendimento" é de uma leviandade, a todos os níveis, inqualificável. O que vale é que o autor, contrariamente ao que alega quanto ao indefeso visado, não é "perigoso".

Ora, é de uma ditatorial e grosseira técnica jornalística, pior ainda do que aquela que recaiu, tempos atrás, sobre Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, injusta e igualmente visada, mas por ser esquerdista...retratada, afirmar que o Prof. Doutor Jaime Nogueira Pinto é um fascista. Isso é errado porque, primeiro, ele nunca se assumiu como tal, nunca ninguém o ouviu dizer isso de si próprio, como Cunhal se afirmava comunista ou Costa se afirma socialista, etc, nem tão pouco existiu alguma vez Fascismo, do prisma estrito da ciência política, em Portugal.
 
Neste País, entre 1933 e 1974, houve sim um regime próprio português, republicano, autoritário, anti-comunista, consagrado na respetiva Constituição de 1933, com contornos ideológicos, políticos e jurídicos muito específicos e que se designou por Corporativismo. Diferente, portanto, do Fascismo italiano. Salazar nunca quis o Fascismo em Portugal, quis algo diferente, algo que também resultou moderadamente como uma superior solução ao Fascismo. Ressalvo que Mussolini foi para a guerra (a II Grande Guerra), o Corporativismo de Salazar salvou-nos dela; Mussolini acabou enforcado pelos italianos, Salazar teve milhares de portugueses a prestarem-lhe a última homenagem até ao Vimeiro, sua terra natal, onde foi repousar finalmente ao lado de seus pais, dois modestíssimos agricultores, de quem tinha muito orgulho, dando sempre "graças à Providência de ser pobre"; o regime fascista italiano acabou em 45 e o corporativista, alegadamente tão "fascista" também, segundo as análises levianas que foram feitas, sobretudo, as do dito artigo, acabou em 25/4/1974...nunca descurando que, até à II República, foi um dos poucos impérios, a seguir ao Romano, que durou mais de 500 anos.

Isso mesmo resulta translúcido, das palavras do estudioso e especialista na matéria o Prof. Doutor Barrilaro Ruas (ver ao minuto 6'10’’) e até do próprio Dr. Mário Soares (ver supra) sobre o alegado fascismo de Salazar e, por inerência, do Prof. Doutor Jaime Nogueira Pinto seu defensor confesso.

Em suma, preocupa-me muito mais que, havendo o 'Primado do Direito Comunitário', e que aquilo que foi até aqui exposto sobre o alegado e caricato "Fascismo português" , ainda estejam legalizados partidos de ideologia Comunista em Portugal, uma suposta III república democrática que proíbe constitucionalmente (entre outras coisas...), quase comicamente, para ser simpático, ideologias estrangeiras (o Fascismo) e, pior, permite e deixa-se representar no Parlamento pelo Comunismo quando este está, no presente, a contrariar uma recomendação ocidental de civilização.

Post Scriptum:
Terrenamente, e acima de tudo aquilo que é institucional, sou monárquico. Os monárquicos sempre estiveram do lado certo, quando as repúblicas ditatoriais vigoravam, incluindo muitos que enfrentaram Salazar, como foi o caso de Paiva Couceiro. No caso da Alemanha nacional-socialista, fomos mesmo nós os únicos, com a própria vida, a enfrentar o nazismo e a tentar destronar Hitler do poder.
Há uns que dizem que Salazar era monárquico e que se preparava para restaurar a Monarquia. Não há provas clarividentes disso. Sei apenas que foi o maior responsável pela república ainda hoje existir. Por esse motivo estou em plena legitimidade para ajuizá-lo com rigor, ou seja, poder concluir que este mesmo homem que bloqueou o meu maior ensejo institucional, não fez tudo errado, como o rebanho/coro quer fazer querer...
Em diversos domínios, temos muito a aprender e a agradecer o que António de Oliveira Salazar fez por Portugal.
Basta de quem não é de esquerda, é "fascista"! A brutalidade e a brejeirice têm limites no século XXI, onde já há verdadeira liberdade de expressão pelas redes sociais e se vai conhecendo a realidade sobre o regime que nos tem vindo a governar desde de abril de 74.

Share |

Sem comentários:

Enviar um comentário

«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)