Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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terça-feira, 17 de março de 2020

“A lei presta enquanto servir os cidadãos”

Apesar de ser licenciado em Direito e pugnar pela defesa, pela melhor interpretação, pela melhor proposta de elaboração e, sobretudo, de aplicação da lei, tal qual fui instruído academicamente a fazê-lo por muitos distintos professores, contudo, aquela frase que titula este texto nunca deixou de ecoar na minha mente. A frase é da minha mãe.

No contexto atual açoriano, relativamente aos voos continuarem abertos para viagens de passageiros, em consonância com o período fixado pelo Governo Regional para um rígido e difícil forcing de medidas internas preventivas, onde se destacaria, por exemplo, e bem, na Administração Pública, o teletrabalho, etc, parece-me tão lógico, e perdoem-me a analogia, como estarmos a enxugar o pavimento de água com a torneira aberta, ou o comandante de um avião dizer que o aparelho vai despenhar-se e que, por favor, apertassem os cintos. Ou seja, absolutamente ilógico. Ouvi alguém falar em vacas ou pedregulhos na pista. Espero que não se chegue a esse ponto, embora, curiosamente, já tenha havido um advogado que, em tempos, num parque de crianças que o incomodavam, mandou colocar pedras de dimensão de menires no aludido espaço…

Entendo que, à semelhança da nossa ex colónia, Macau, onde foram tomadas medidas radicais contra uma doença perigosa, especialmente, para os IDOSOS, e que surtiu resultado, o mesmo devia ser tomado em conta pelas autoridades governamentais.

Ou seja, o que Macau fez, no meu modesto entendimento, foi investir. Um investimento inteligente. Irão haver perdas económicas no início, mas provavelmente, e quando a COVID-19 estiver em curva descendente, os potenciais viajantes de turismo vão procurar o destino ou os destinos que menos Corona tiveram. Os Açores podiam ser parte desse grupo, julgo que ainda vamos a tempo, mas temos de agir rápido. Os nossos mares, tantas vezes as nossas muralhas de isolamento, também podem ser as nossas muralhas de defesa, basta fecharem-se portos e aeroportos a pessoas (e não a bens), circunscrevendo o vírus, porquanto habitamos numa Região razoavelmente pouco povoada, o que por vezes é vantajoso para deteção e contenção viral.

Por fim, termino com uma mensagem de tranquilidade, porquanto de frenesim já chega e é preciso pragmatismo, razão e bom senso. Há que ter muita atenção às medidas preventivas de interação entre cidadãos (higiene, distâncias, etc) e ter informação, acima de tudo, acerca da longevidade do vírus em determinadas superfícies ou no contexto dos quatro elementos naturais.

Recordo que, no momento em que escrevo este artigo, o total de vítimas confirmadas, a nível mundial, atingidas pela COVID-19, são de 190.140 (cento e noventa mil, cento e quarenta) seres humanos. A China tem 81.058, a Itália 27.980, o Irão 16.169, a Espanha 11.309 e, em quinto lugar, a Alemanha, sim a poderosa e evoluidíssima Alemanha, com 8.604 casos confirmados. Portugal está em 20.º lugar deste ranking, com 448 casos. Número de mortos a nível mundial confirmados pela COVID-19 é de 7.517 (sete mil quinhentos e dezassete). Preocupante, sem dúvida. Contudo, relembro que população mundial era de 7,7 bilhões, em abril de 2019.

Não querendo ter falta de objetividade, mas há algo mais que nos escapa ao centro disto tudo… eventualmente os habituais interesses de alguns…o mais provável.


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