Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

quarta-feira, 5 de junho de 2013

“Sacrificou-se por causa de um princípio” (IV)

«Mas a perspetiva de uma nova normalidade teve um efeito perverso sobre a classe política. Os partidos desfizeram-se e a governação tornou-se impossível. D. Carlos arriscou. Propôs-se refundar a classe política e reformar o Estado. Para protagonista desse esforço, escolheu um político com reputação de honesto: João Franco. Quando os partidos impediram que Franco governasse com o parlamento, o rei usou as suas prorrogativas constitucionais para o manter no poder. Toda a classe política, dos conservadores aos republicanos, se virou contra D. Carlos. Espalharam sobre ele as calúnias que os ignorantes ainda hoje repetem. Uns foram mais longe, manipulando os militantes republicanos de Lisboa. Mas o atentado de 1908 só foi possível porque o rei, como um bom monarca constitucional, quis provar que confiava na população, entrando na capital sem escolta. Sacrificou-se por causa de um princípio.» 

Rui Ramos, historiador. Excerto da uma brilhante síntese biográfica de D. Carlos I, na Revista do Expresso, de 1/Jun/2013, a pág. 23.
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