O regime saído da revolução de 5 de Outubro de 1910, não conferiu o prometido direito de voto às mulheres, como quase nada cumpriu do que prometera.
Na verdade, na Monarquia Constitucional o universo de eleitores com capacidade eleitoral activa, rondava os 800 mil (havendo já um programa elaborado pelos regeneradores, para instituir o sufrágio directo e universal!); na República baixou para uns significativos 400 mil…!
Na Monarquia, apesar de haver uma religião do Estado (a Católica), existia liberdade religiosa (como hoje sucede ainda, por exemplo, em Inglaterra com o Anglicanismo). Na I.ª República perseguiram-se os católicos que seriam, nessa época, mais de 99% da população e pretendeu-se terminar com a religião em duas gerações!
Os sindicatos que esperavam da República melhores condições de trabalho, foram de imediato, colocados no seu lugar. Através de violentas cargas policiais a que foram desde logo sujeitos e à brutal descida dos seus já parcos salários.
Pela primeira vez, surgiram duas polícias políticas: a «Formiga Branca» e a «Formiga Preta»; verdadeiras antecipações das futuras – e também republicanas – PVDE; PIDE e COPCON.
A República empurrou – literalmente – o País para uma Guerra (a 1.ª), onde morreram num ano, de 1917 a 1918, mais Portugueses do que nos 13 anos de Guerra Colonial – responsabilidade também de uma República (a II.ª).
A I.ª República teve em 16 anos: 46 governos; 21 Golpes de Estado e 8 Presidentes. Abriu as portas para: a Ditadura (1926-1933); um regime autoritário de Direita (1933-1974); uma revolução comunista (1974-1975) e a perda de um Império.
A entrada na CEE em 1986 marcou o princípio do fim da independência nacional, que nem as Cortes de Tomar de 1581, puseram «De Iure» em causa.
Quando se festejarem os 100 anos de República (que apenas continua graças ao Ditador Salazar), espero que alguém – seja quem for! – me explique de uma vez, o que é que se está a festejar?
O que eu estou hoje – 1.º de Dezembro de 2009! – a festejar, sei bem o que é e assim há-de ser até ao último dia da minha vida: PORTUGAL!»
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