Admitindo, por hipótese, e de uma perspectiva meramente ensaística, que, no decurso da História Portuguesa, não ocorria, em 1908, o assassinato do Rei D. Carlos e que também não seria facto o que sucedeu em 1910 (igualmente pelas armas), i.e., a instauração de uma I República que, objectiva e comprovadamente, revelou-se desastrosa e desregulada para Portugal, fazendo cair o modelo democrático de Estado Monárquico. Assim, neste contexto, hoje, potencialmente, havia a sólida possibilidade de não ter existido uma I República, subsequentemente um Estado Novo e consequente um 25 de Abril. Portugal perdeu demasiado tempo neste encadeamento.
Não seria ilógico Portugal ter seguido, neste outro cenário, um formato similar ao Império Britânico para o ex-ultramar, dada a sua então tradicional proximidade ao modelo político daquela nação (situacionismo hoje alterado e orientado para o modelo jacobino francês), criando-se uma variante de Commonwealth portuguesa. Aos povos irmãos de África teria sido dada a liberdade sem ter passado pela força. Podiam ter sido retirados habilmente, para ambas partes, benefícios económicos, permitindo situar todas estas nações num patamar bem mais sustentável quer face à Europa, no caso português, quer face à comunidade africana, nos casos das ex-colónias.
Alterando-se, o regime de Estado, sendo restaurada a Monarquia, por via referendária que possibilitasse a continentais, açorianos e madeirenses, em democracia e liberdade, expressar esse mesmo novo caminho, hoje, num Portugal que se quer Comunitário, mas que terá de sacrificar, face à estratégia europeia, parte da sua autonomia de Estado, resta-nos apenas uma vincada representatividade e uma veemente afirmação da nossa cultura. Demonstra a História e um vasto conjunto de países evoluídos da vizinha Europa que esta missão é mais adequada ao Rei que, até pela possibilidade de ter maior tempo na chefia de Estado, facilita que, no extremo do mundo, alguém nos volte a conhecer.
"AS MULHERES FAZEM A DEMOCRACIA MELHOR"
ResponderEliminar