Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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domingo, 31 de julho de 2022

Restauração?

A ortodoxia matou Cristo por não querer a Verdade, tal como o progressismo está próximo de matar a Santa Igreja pelo mesmo motivo.
A Igreja em quase 2.000 anos teve uma efetiva preponderância no mundo, sobretudo no ocidental. Teve a expansão missionária, a Previdência que, pelas suas Ordens religiosas, sempre esteve em auxílio intensivo aos pobres e aos doentes, teve também a Inquisição, mas teve, acima de tudo, a difícil tarefa de conservar, divina e humanamente, os seus pilares. Tomando a dimensão que tomou a nossa Igreja, originada no Santíssimo Carpinteiro, é a prova que Deus andou neste especial Planeta.
É uma verdade absoluta, imutável mesmo, que para manter algo na sua forma original, é preciso conservar, caso contrário é corrompida pelos agentes externos desgastantes. Por exemplo: uma obra de arte ao longo de séculos tende a deteriorar-se, por isso compete conservá-la, pelos meios técnicos e adequados que os conservadores usam.
Em relação à Santa Igreja sucede, mutatis mutandis, o mesmo.
Obviamente existem fases e mutações derivadas do curso da História, mas a Igreja que Cristo nos definiu é só uma, una, única, católica e apostólica. Por outras palavras, tudo o que não correr no seu trilho, não segue Cristo, não é a Verdade, não é a Santa Igreja instituída pelo Senhor e legada a Pedro e Paulo, pecadores arrependidos e não, simplesmente, a pecadores conscientemente irremediáveis e com ideias próprias.
Ao longo de quase dois milénios a Santa Igreja, pelos seus homens, as suas pedras vivas, obviamente imperfeitas, nem sempre, na praxis, seguiram o Seu corretíssimo Caminho, mas não é menos verdade que nunca deturparam aquilo que Ela por Ele nos legou expressamente.
Eventualmente, a Santa Igreja, no seu Santo Caminho, teve o Seu cume de proximidade à Verdade, entre o século XIX e meados do século XX, precisa e objetivamente, quando se apresentaram, em força, os movimentos progressistas através do Liberalismo.
Embora já muito minada, a Santa Igreja Católica aguentou-se estruturalmente, na Verdade, até 1965, mais concretamente até à operacionalização do progressismo desviante instituído pelo Concílio Vaticano II.
Onde hoje estamos mergulhados, só eventualmente uma restauração poderia repor-nos no Caminho, mas tal parece-me já improvável para não dizer impossível. Aos homens de boa fé, foi-lhes retirada a hipótese de qualquer restauro, face à extensão das raízes ora predominantes. É uma empresa que saiu do alcance humano de boa índole.
Por isso, também, o Dia do Juízo Final se afigure como o que nos resta, exatamente como escrito e esperado. No fundo aquilo a que, felizmente, estamos sempre sujeitos e em Graça: à Santíssima vontade e guarda de Deus Nosso Senhor.


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