«Apesar de estar sujeita a protocolo e com a segurança a tentar impedir a mãe de aproximar-se, a rainha não seguiu caminho, voltou atrás para agarrar a carta que lhe era estendida, sob os aplausos da multidão.»
Num Portugal saído de Monarquia:
«Anos mais tarde, após uma ausência de 35 anos, D. Amélia regressou de visita a Portugal. Ficou instalada no Hotel Aviz.
O decano dos diplomatas portugueses, Embaixador Teixeira de Sampayo, pediu para ser recebido pela Rainha.
Ele havia começado a servir Portugal, quando o país ainda era um reino. O embaixador era convicto monárquico e profundamente admirador da família real.
O encontro com a Rainha constituía, para ele, um momento da maior importância na sua vida.
Veio a traduzir-se num episódio dramático, com o seu quê de tragicomédia. O diplomata, já aposentado, foi acometido de um enfarte, enquanto beijava a mão de D. Amélia. Caiu prostrado no chão e morreu.
O encontro foi, realmente, curto.
Emocionado, Teixeira de Sampayo deixou-se dominar pelo frémito e disse à Rainha:
- Minha Senhora, sinto-me mal!
Já caído sobre o tapete, as últimas palavras do diplomata foram:
- Peço desculpa a Vossa Majestade por este incómodo.
D. Amélia não escondeu a sua surpresa:
- Sempre morte à minha volta!»
Julgo que li numa obra do Prof. Fernando Amaro Monteiro ("Salazar e a Rainha").
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