Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

As origens, a lealdade e o descaminho…

Muitos referem-se ao Futebol Clube do Porto como uma “Naçon”…e de facto são! São uma nação (hoje) à parte, uma nação fundada na nossa verdadeira origem: o azul e o branco. São os que sustentam (como os Açores noutro contexto) o Azul e Branco verdadeiramente pátrio! São, no presente, a continuidade do que fomos há 100 e durante 767 anos. Foi este cunho, esta matriz, que o seu fundador António Nicolau de Almeida quis introduzir e conseguiu! Conforme nos é dito pela História, quando ele traz, de Inglaterra, o futebol para o Porto, ele quis, desde logo, marcar a diferença colocando as cores de Portugal, e da Monarquia Constitucional, nas cores do equipamento do Clube que ia fundar, marcando posição (e oposição) às “novidades” que os ventos traziam e com as quais não concordava. Ele, sendo um próspero comerciante, liberal, viajado e progressista, era leal, como português, ao seu Rei (por mais atacado que ele fosse) e a Portugal. “São nos momentos difíceis que devo mostrar quanto vale a minha determinação e convicção”…penso eu (de) que terá sido isto que motivou Nicolau de Almeida.
Os portistas por serem azuis e brancos, reflectem um Portugal maior que nós, um Portugal de vitórias que nós não conhecemos: o da Monarquia! Está-lhes, literalmente, incrustado nas suas peles por intermédio das cores que transportam nas suas camisolas. É tradição, é fundação, é progresso e presentemente são resultados…é indesmentível! 
Outro reflexo disso mesmo foi a coragem de terem conservado uma coroa no seu emblema, aliás, à semelhança daquilo que prolifera nos países desenvolvidos (monárquicos) da Europa . É o único dos três grandes…nunca repudiaram a sua origem nem a deste País. Antes conservaram-na!

Ora, sou sportinguista até morrer e guardo com orgulho o facto do meu Sporting Clube de Portugal, em 1908, ter sido o único Clube a estar representado no funeral de Sua Majestade El-Rey D. Carlos I e seu filho o Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança. Porém, com uma tradição não menos desarreigada da Monarquia Constitucional que o clube do Porto, não posso deixar de estranhar que, após a brutal imposição da república, o meu Clube, pelas suas origens e até pelo facto histórico descrito, não se tenha insurgido por acção, ou omissão, contra um regime que não devia ser o nosso. Institucionalmente existiam formas democráticas recorríveis… Custa-me a palavra, mas houve um certo comprometimento com o regime e muita inacção, sobretudo, na Ditadura. Poucos foram os meus dirigentes que, historicamente, tenham marcado excepção ao republicanismo. 
Neste contexto, não consigo evitar a comparação do verde e do vermelho com as cores do regime actual: a república. Sendo certo que predomina, em todos os sentidos e de forma generalizada, o vermelho, também proporcionalmente na "maioria", a verdade é que não deixa de haver um paralelismo reflexo: os eternos dois maiores transportam as cores da república e lá vai ela caminhando e tropeçando, com muitos calados. Infelizmente são essas cores que traduzem a nossa dura realidade hodierna. Uma realidade, em substância, de derrotas, uma realidade à parte de Portugal de 1143 a 1910.

Mas não posso terminar sem falar nas excepções e são nestas que encontro, na vida, na experiência, o mais funestos dos resultados. Os maiores monárquicos encontram-se distribuídos na ordem inversa das maiorias referidas. Pena maior é a minha que uma enorme massa de adeptos do Futebol Clube do Porto estejam desinformados, sequer conhecem a exacta origem da sua mística, sendo eles os mesmos que transportam as reais/verdadeiras cores da Nação. Muitos sequer conhecem António Nicolau de Almeida, mais preocupados que estão em seguir outro “pai”, quiçá à mercê de uma fórmula única e efémera que não deixará legado nem futuro ao “papado”.
Muito arreigados às suas origens, e muito bem, são os nortenhos. Foi no Norte que subsistiu o último fulgor de alternativa, a designada “Monarquia do Norte” (1919). Enumeras vezes vi bandeiras da Monarquia Constitucional nos estádios do Guimarães e do Braga. No clube da cidade do Porto prolifera o azul e branco, mas estandartes que rivalizem com o vermelho e com o verde, bom…nunca vi, sequer em fotos. Por isso hoje, neste contexto especifico, e exceptuando uma honrosa minoria, não consigo evitar de invocar duas frases, respectivamente, da escritora Fernanda Ilario e do pensador M. M. Soriano: «A traição é uma saída para quem não sabe se entregar por inteiro»; e «A pior traição é a de princípios, porque é cometida por nós, contra nós mesmos».
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2 comentários:

  1. E também trazem a corrupção na pele...facto indesmentivel tb.
    vergonha é o que essa corja traz às cores portuguesas.

    Abraço

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  2. Grande editor,

    Entendo o comentário.
    Aparece sempre!

    Abraço

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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)