Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sábado, 22 de junho de 2024

Indemnizações!? Sim, mas para quem merece

Recentemente tive uma interessante conversa com um senhor de amplo conhecimento, já sexagenário, nascido em Angola, filho de uma terceira geração de portugueses daquele então território nacional. Angola, como se sabe, foi um território redesenhado e, assim, designado no início do século XX, após a cimeira que fechou o (injusto) Mapa Cor de Rosa, do qual resultou uma flamejante mistura de ancestrais tribos africanas, algumas delas com ódio de morte umas contra as outras e cujos portugueses eram, há seculos, os garantes da paz. Por outras palavras, e por Direito, os territórios seculares africanos, bem como aquilo que depois se veio a definir como Angola, eram Portugal, eram juridicamente de Portugal.
Da aludida conversa, da qual muitos factos foram aflorados e constatados na primeira pessoa pelo próprio, dizia o senhor que a haver indemnizados pelo Estado Português, deveriam ser os militares portugueses que defenderam os territórios em Angola das chacinas operadas naquelas terras pelos terroristas de origem comunista, militares esses que foram deixados lá, após a Revolução de Abril em Lisboa, e cujo o critério empregue para essa seleção terá sido, unicamente, aquilo que os diferenciava dos demais portugueses, ou seja, a cor da sua pele. Escusado será sublinhar que esses portugueses foram os primeiros a serem deixados ao extermínio dos revoltosos. Porque razão esses patriotas não vireram para o Portugal sito na Europa tal como os seus compatriotas que tinham cor branca? Como pôde o atual regime permitir tal coisa? Não apenas foi efetuada uma escabrosa descolonização, onde milhares de africanos brancos perderam, de um dia para o outro, tudo o que tinham construído na vida (...já agora para esses também não haveria direito a indemnização...?), os ditos retornados, como, pior, os seus irmãos nacionais cuja pele não fosse branca foram deixados, bem como as suas famílias, à mercê daqueles terroristas sanguinários que destruiram tudo de bom que a Nação portuguesa tinha lá edificado, bem como ainda continuaram em disputas de poder que custaram as vidas de milhares de africanos após 1974 até recentemente.
Os 'wokistas' que não se preocupem com alegados artefactos a serem devolvidos ou a indemnizar quem atacou os seus compatriotas numa lógica de guerra civil, preocupem-se antes e somente com aqueles que, acima descritos, sejam brancos ou negros, mas irmãos, foram espezinhados e até mortos por terroristas inqualificáveis.



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