Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sábado, 27 de maio de 2017

Quando a partícula "rei" chega ao Presidente

O verdadeiro cognominado "Presidente-Rei" foi Sidónio Pais.

Contudo, Mário Soares e, presentemente, Marcelo Rebelo de Sousa, também têm sido apelidados de "presidente-rei", em especial por muita comunicação social.

Como todos sabemos, e em contraste com um Cavaco Silva, estes dois presidentes caíram nas boas graças do mainstream e, consequentemente, são elevados à menção de "presidente-rei".

Ou seja, quando os mandatos correm bem, quando há o agrado de muitos sobre um determinado presidente, a partícula "rei" surge imediatamente próxima à de presidente.

Disto se concluiu, mesmo face à inconsciência coletiva proliferante, que quando necessitam de exaltar um determinado presidente que gostam, quando procuram superlativar o cargo de presidente da república para algo mais, algo no patamar cimeiro, surge o hífen e o "rei"...sendo motivo para questionar se o cargo de presidente da república, que devia ser a mais alta magistratura, o mais elevado estatuto do País, se o é efetivamente. O status de Rei esse sim parece (ainda) ser.

Porém, mesmo admitindo que, no atual caso de Marcelo, não seja um artificialismo da comunicação social elevar-lhe ao estatuto de "presidente-rei", a verdade, realmente inegável, é que Rebelo de Sousa tem sido um agente próximo do povo e muitíssimo atuante, tem a cada dia aproximado a representação da Nação aos cidadãos e essas são características, inquestionavelmente, inerentes ao reinado de um Rei constitucional. 

Pelo que será motivo para colocar a questão: se podemos ter o original, então porquê ficar com as imitações?


Share |

Sem comentários:

Enviar um comentário

«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)