Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Existem dois aspectos fulcrais no governo de Salazar que a república portuguesa fica-lhe a dever eternamente:

1.º) Devem-lhe os republicanos a manutenção da república, isto acima de tudo. Foi Salazar que decidiu a manutenção do actual regime, no chamado “Conselho Privado” de ilustres, em 1951, após a morte de Óscar Carmona, conselho que se reunia apenas para as magnas questões. Aliado a esse facto, rápido percebeu que D. Duarte Nuno (neto de El-Rei D. Miguel I, primo de El-Rei D. Manuel II e pai do actual Duque de Bragança), enquanto Rei, não se vergaria perante ele, perante a ausência de democracia e perante qualquer força que não a de Portugal e dos portugueses…nenhum Bragança o faria;

2.º) Salazar é o responsável, por intermédio do Estado Novo, pelo “ingrediente” de direita que sempre faltou à Revolução Republicana de 1910 e que deu um tónico (errado e aparente) de transversalidade ideológica que ainda hoje vai confundindo alguma esquerda, mas sobretudo alguma direita. Não é à toa que a bandeira continuou após o 25 de Abril. Se fosse uma verdadeira revolução de liberdade, como foi aquando da queda da ex-U.R.S.S., teriam mudado as cores da bandeira (também) do Salazarismo. Interesses, esses, andam por aí…e continuam.

São por esses motivos, em especial, que o regresso de uma Monarquia (de progresso e livre) não é caminho fácil.
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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)