Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Umas pitadas no "Albergue"...


Em primeiro lugar é de salutar e agradecer ao autor do post, ter submetido à discussão um tema que nunca será indiscutível, isto apesar do Estado regulador, desde Outubro de 1910, o tenha tentado tornar assim.

Relativamente à Rainha Isabel II, posso partilhar uma experiência pessoal (obtida ainda este mês) em Newcastle e Escócia. Tendo convivido com enumeros cidadãos comuns, como eu, é espantosa a alegria e o orgulho que eles me transmitiram da citada Senhora.

O importante para eles não são os bens materiais da Coroa, mas, sobretudo, o facto de saberem que Dela tem um compromisso, não eleitoral, de fidelidade maior com a Nação e com os cidadãos sobre a alçada do Império Inglês (referindo-me à língua...se me permitem).

Mais, também falei com o outro lado...os republicanos ingleses. E ouvi o seguinte comentário: «Eu não sou a favor da Monarquia, mas não posso negar que a Família Real faz entrar divisas espantosas que uma república aqui nunca faria». É de concluir neste aspecto que: racionalmente, e sem prejuízo daquilo que for defensável por cada um, prevalece, ainda assim, a Rainha.

Antes de finalizar gostaria de poder frisar um aspecto. São muitos os anos que venho acompanhando a mentalidade dos britânicos, nas mais diversas expressões societárias: música, teatro, cinema, desporto, etc. De facto, os nossos antigos aliados, são um povo diferente...espantoso mesmo. À entrada ou à saída de um autocarro todos cumprimentam e agradecem o condutor. Mutatis mutandis o mesmo em relação à Rainha. Mas eu, que gosto de Portugal, tenho que me contentar com a História do meu País, mais concretamente até 5-10-1910. Depois disso vieram as repúblicas. Veio a geopolítica "Franca"! Uma nova mentalidade com que não me identifico…!

Posto isto, não seria verdadeiro se não referisse que, percebendo sobretudo os costumes dos ingleses e o respeito pela Rainha, sinto um pontinha de orgulho naquela (idosa) Senhora, pelo menos bem maior que em relação a qualquer chefe de Estado da nossa república (com excepção feita ao General Ramalho Eanes).

Em suma diria o seguinte: entre uma Monarquia e a "nossa" república, gostava apenas de poder ter a liberdade de escolher o regime para a mais alta representação de Estado, pois aquele em que estou inserido foi-me imposto.

Bem haja.
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