Cara Helena,
Nem mais! Certeira na identificação do problema: «Foi assim na I República. Está ser assim agora.»
Por que mais estamos a esperar para acabar com este “intervalo” chamado R-E-P-Ú-B-L-I-C-A ? A grande diferença do actual sistema para o anterior a 1910 resulta clara: tínhamos um Rei, na altura D. Carlos, que não dependendo de ninguém, e com total liberdade e absoluta autonomia (a mesma autonomia que enche até hoje a consciência colectiva dos povos mais desenvolvidos da Europa), nos resolveu o problema (sobretudo com a Inglaterra).
No actual figurino de chefia de Estado, como são todos políticos e ex-líderes de partidos, só mandam pitadas e cortam fitas, porque senão estariam extrapolar o ‘establishment’ e os cânones do entendido como “politicamente aceitável”. D. Carlos pensou sempre em Portugal, e, embora avisado do perigo que o circundava, dadas as medidas de recuperação nacional que operou, não se quis proteger/esconder naquele malfadado dia 1/2/1908, pois sabia que tinha uma grande multidão de cidadãos à sua espera, para estarem com ele e vê-lo. Não os querendo defraudar, sofreu as restritas e cobardes consequências da coragem…!
Parabéns pelo post!
# 22 (curiosamente o dia do meu aniversário)
Se me permite, apenas uns comentários:
1.Aceitar a Monarquia é afirmar que há uma democracia devidamente avançada e amadurecida (como nos países mais desenvolvidos em IDH), em que o chefe de Estado, por não ser eleito, assegura uma absoluta neutralidade. O Rei tem a missão representativa para a qual, por exclusiva preparação, o levará a ocupar aquele cargo. Nada tem que ver com dignidade, mas sim com outra coisa acabada em “lidade” e que em Portugal já escasseia: responsabilidade. O Rei não é mais digno do que eu, ou do que um varredor de rua. Todos somos igualmente dignos e merecedores de respeito. A única diferença é que o Rei tem, logo à nascença, uma específica missão de maior responsabilidade para com os seus concidadãos, tendo que se preparar para o efeito. Se não estiver preparado não serve (abdica, é deposto pelo Parlamente, etc [soluções legais para remover o chefe de Estado são mais em Monarquia do que em República]), dando o lugar a quem demonstre estar melhor preparado… Não há aqui privilégios. Há sim sentido de missão e de representatividade, estruturada num elo simbólico a todos nós: a família real portuguesa.
2.Os Reis de Portugal, na sua maioria, sempre foram grandes chefes de Estado e a História, cada vez mais, revela isso mesmo (caso de D. João VI – que enquanto nós o desdenhávamos, Napoleão percebia a sua sagacidade quando afirmou: «De todos os reis da Europa só fui enganado por aquele» referindo-se a D. João).
3.Quanto a «perfeitos atrasados mentais», conhecem algum PR que tenha sido tirado lá do “lugar”? Eu não conheço. Das três uma: ou em casos muito pontuais não aguentaram a pressão e demitiram-se; ou foram assassinados; ou nunca saíram do “posto”. O que sei é que até na 1.ª Dinastia saiu um Rei (D. Sancho II) e outro na 4.ª (D. Afonso VI).
4.Quanto às origens do herdeiro ao Trono de Portugal, são conciliatórias nos dois ramos, ele é tão bisneto de D. Miguel (via paterna), como de D. Pedro IV (via materna). O resultado desta inteligente conciliação só é dada apenas a conhecer, infelizmente, às pessoas que convivem com ele, muitas delas de escalões sociais menos favorecidos, e que genuinamente se relacionam com o Duque de Bragança. Homem que é respeitado por muitas pessoas e de quem muitas gostam, mas que por vezes, por cobardia de o afirmarem, depois encobrem essa realidade. Melhor forma de derrubar uma pessoa impoluta: escarnece-la. Sempre foi assim no Portugal recente….
5.Quanto à «monarquia» entre 1933 e 1968, lamento informar mas era uma república… E que república…!
6.As monarquias, em especial, no mundo islâmico são, em geral, reconhecidamente promotoras de melhores condições humanas do que as repúblicas. Vejam-se os países (sublinho no plural) mais desenvolvidos lá da zona…
7.Recorrendo apenas às maiores potências elencadas: na Alemanha o chefe de Estado é eleito como um monarca constitucional, i.e., de forma indirecta; e quanto aos EUA querem melhor exemplo de uma monarquia (no sentido tradicional do termo)? Quem o diz é o politólogo francês Maurice Duverger…!
8.Por fim, a república centralista, fundada literal e exclusivamente em Lisboa, já por si consegui aquilo que queria, ou seja: criar uma plataforma simétrica de consciências (passivas) que nos neutraliza e nos faz, a cada dia, desaparecer como País. A última vez que alguém se bateu a sério contra isso, foi Henrique Paiva Couceiro (que até Salazar ousou enfrentar por escrito) e o grupo seu aliado de heróis, maioritariamente do Norte, muitos deles do povo e fieis à real bandeira portuguesa (a azul e branca), que instauraram o movimento restaurativo que ficou conhecido por “Monarquia do Norte” em 1919.
Cumprimentos
#43
Não podia estar mais de acordo. E não foi só no período liberal da Monarquia. Foi para trás daquela data, mas ainda hoje. Muitíssimos nobres sempre estiveram contra o Rei. Como o Rei não lhes dava as “atenções” que desejavam, eles acabaram por conseguir aquilo que, já desde do tempo de D. João II, queriam: derrubá-lo. Conseguiram! Pena foi para mim, o cidadão comum, que fiquei sem Rei (nem roque) que valorava e nem me perguntaram, até hoje, se queria esta república que não se encaixa em Portugal, pois este País não foi concebido para tal “formatação”.
Cumprimentos
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