Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

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sábado, 3 de julho de 2021

A Escolha

Na disciplina de Português do 5.⁰ ano da minha filha houve a excelente ideia, da respetiva docente, para, cada aluno, realizar um trabalho de Expressão Oral sobre um escritor açoriano.

Neste âmbito, foi com orgulho que constatei que a minha filha, não optando pelos sempre óbvios Antero, Natália, Nemésio e outros dessa dimensão ou, então, por uns nomes, normalmente recentes e do momento (vulgo da moda), de cultura ou escrita lite, média e imediatista, muitas vezes tendenciosamente levados, a todo custo, por determinadas ideologias, editoras ou lóbis, ela, por sua exclusiva vontade, tenha escolhido o escritor, historiador e jornalista Ermelindo Ávila, homem que não fazia da escrita um meio para se promover, mas antes era a escrita que acabava promovida pela dedicação incessante que ele lhe impunha. Rigoroso no que escrevia, metódico na forma, disciplinado na prática sempre diária do exercício desta arte, meticuloso e sensível no seu amor ao Pico e às suas gentes e, sobretudo, honesto nos relatos que transmitia aos outros.

Enfim, uma mais que merecida escolha que, apenas, me surpreendeu pela especificidade e pelo refinamento de uma criança face ao vasto universo das popularidades e das mais fáceis e espalhafatosas opções que lhe podiam ter sido mais ágeis, mas sem nunca descurar da preciosa vantagem de saber que o escolhido além de ser um dos grandes vultos açorianos da escrita, o Sr. Comendador era, acima de tudo, um homem exemplar que continua a orgulhar qualquer açoriano pelo mundo inteiro.

Imagem - Rosto do trabalho escolar apresentado, cuja capa foi reproduzida de um dos livros da nossa biblioteca.

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