Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Fecha-se o circulo

Até ao que consegui alcançar, a engenhosa cilada política montada por Carlos César está a postos.

Resta apenas à Coligação, numa última hipótese de se poder reposicionar com vista a almejar uma chegada a bom porto, fazer algo expedito, determinado e objetivo: reequacionar urgentemente, quando ainda pode, e ainda faltam dias, poucos, mas dias, alguns nomes nevrálgicos dos Diretores Regionais e/ou, também, a restante hipótese, de subdiretores, nos casos que os últimos existirem, sobretudo, nas pastas mais difíceis e complexas. Seria mesmo de lhes questionar, sem demoras, sobretudo naquelas preditas pastas, se os entretanto pré designados, agora que viram o que irão ocupar, se sentem preparados? Perguntem-lhes, em consciência, repito, em consciência, antes que seja tarde demais. Aqui não está em questão as pessoas, a sua honestidade ou integridade, mas a experiência, o conhecimento e os critérios técnicos que o difícil cenário exige em serviço público e em serviço dos açorianos.

Pela experiência entretanto colhida, quer perante cocidadãos, quer, transversalmente, na Administração Pública Regional, e face às evidências factuais que já se vão definindo e ficando determinadas, confesso, como alguém de ideologia de direita, que já me sinto um pouco envergonhado, pois já me começam a escassear os argumentos e a motivação para defender esta Coligação em relação aos entendimentos que aludi, sabendo que ela pode comprometer, por assentar, no Parlamento, em pilaretes muito instáveis, toda a direita açoriana por um período igual ou superior a 12 anos, face ao prestígio, a experiência e a imagem que Vasco Cordeiro ainda possui na Região Autónoma dos Açores, político que está ora de resguardo a esperar a melhor altura para desferir um golpe fatal ao PSD, CDS e PPM.

Ou seja, objetivamente, e sem rodeios, a esta Coligação recai a enorme responsabilidade de governação no difícil e atual cenário epidemiológico em crescente e de economia débil mas, sobretudo, a responsabilidade de não comprometer a direita e aqueles que são de direita por mais um longo período das suas vidas, ficando registada na História deste arquipélago, para todo o sempre, nessa última referência e, pior, com a agravante de ter sido "tomado de assalto pela ânsia de poder" conforme alegam e alegarão sempre as esquerdas.

Lembre-se a Coligação que, estruturalmente, depende mais de alguns que esses alguns dela e do seu corpo governativo. Depende, determinantemente, conforme já referi e repito, daqueles que têm experiência de muitos anos, que conhecem os quadros, os procedimentos, as orgânicas, as leis, as responsabilidades financeiras, que nunca se vergaram ao socialismo (...embora outros que sim já ocupam hoje cargos nevrálgicos, incluindo ex de "confiança política" socialista...) mas, sobretudo, a pode defender daqueles que, dirigentes ou não, dissimuladamente pertencem à ideologia de esquerda e, enquanto sólidos sabedores implantados em 24 anos de governação PS, que podem completa, fácil e habilmente desfazerem um governante como se fosse uma marionete sem sequer ele se aperceber.

Saliento, em suma, e por fim, que estruturalmente estes trabalhadores da administração publica regional conhecidamente não socialistas são mais importantes para a Coligação do que a Coligação para eles.
Fica, pois, o alerta: “quem avisa, amigo é”. O cenário disto correr muito, muito, muito mal é amplamente extenso.



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