Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

terça-feira, 5 de abril de 2016

A Linha da Sucessão/Preparação

O redutivo argumento republicano relativo à Sucessão (muitas vezes torpemente referido como “linhagem”) é ultrapassado pelo argumento objectivo da Preparação (ensino, estudo, formação, aprendizagem, etc) que um Rei requer, desde nascença, para o cargo de maior sensibilidade e, simultaneamente, maior importância na união e no progresso de um Estado. Nenhum Presidente alguma vez conseguirá estar preparado para esse lugar, em equiparação, como um(a) Rei/Rainha. O melhor que pode fazer, no pouco tempo que dispõe após conhecer da sua eleição, é uma interpretação correcta daquilo que o circundará em funções e, com alguma sorte e boa graça, ter um mandato genericamente reconhecido, como positivo, pelos portugueses. Nada mais do que isso.

Em verdade, poucos foram os infantes (entenda-se os filhos que não os primogénitos) que se tornaram reis e que tiveram excelentes reinados. Certo é que os nossos monarcas, no geral, tiveram bons reinados, mas a excelência, porém, esteve reservada, também no geral, àqueles que, por primogenitura, souberam que iriam ter de ocupar o cargo mais exigente de entre os portugueses: Rei de Portugal. Sobressai um elemento lógico: mais tempo traduz, supostamente, mais saber e preparação.

Como exemplos que confirmam aquela mencionada excelência, temos os casos, na Monarquia Constitucional, para ficarmos mais próximos do presente, dos Reis D. Pedro V e D. Carlos. Em contraste, o nosso surpreendido e estimadíssimo D. Manuel II nem tanto lhe foi possível o mesmo sucesso que aqueles seus antecessores.

Ou seja, se apesar do prestígio que D. Manuel II indiscutivelmente nos granjeia ainda hoje, embora tendo sido Rei literalmente à força com uma preparação não tão específica para o cargo como a do seu malogrado irmão – o Príncipe Real D. Luís Filipe, compare-se, ainda assim, aos nossos Presidentes (que muitos nem sabemos os nomes), analisando-se o respeito e a admiração que temos por eles…

Em suma, a realidade da Sucessão acaba por ser um instrumento pragmático que assegura, para a colectividade, a melhor qualidade possível no desempenho do cargo da suprema magistratura, garantido, igualmente, um know-how, se assim pudemos equiparar, tal como uma fórmula de sucesso está, paralelamente, para uma empresa ou para uma Marca de Grande Prestigio que há muitos anos assegura no seu seio o melhor serviço aos seus utilizadores/destinatários finais.
 

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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)