Este é um microcosmo apartidário embora ideológico, pois «nenhuma escrita é ideologicamente neutra*»

*Roland Bartes

Intros: 1 2

sábado, 5 de outubro de 2024

Fiquem longe

No dia 1 de fevereiro de 1908, o Rei de Portugal e dos Algarves chegava a Lisboa. Imediatamente foi avisado que havia uma enorme multidão no Terreiro do Paço para o receber, bem como foi alertado para o perigo que podia existir para a sua vida, porquanto os rumores de tentativas de regicídio, por parte dos republicanos, maçons ou terroristas da Carbonária, eram muitos e alarmantes. Foi, pois, prontamente aconselhado em viajar numa carruagem fechada, ao contrário do que seria o habitual numa ocasião daquelas.

Perante tal alerta, D. Carlos, Rei de Portugal e dos Algarves, não hesitou em querer viajar no landau como estava pré-definido, sem qualquer cobertura, para demonstrar a sua sempre pronta proximidade ao povo português. O desfecho desta decisão régia já todos sabemos, mataram Portugal personificado e a Pátria nunca mais seria mesma.

Em república, e além de uma proclamação que em 5 de outubro de 1910 quase ninguém se deslocou ao Paço da Câmara de Lisboa, cuja tradição vem a ser mantida, ou seja, com o povo a não se entusiasmar sequer em aparecer, os que gerem este atual regime caduco ainda fazem isto:


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«Se mandarem os Reis embora, hão-de tornar a chamá-Los» (Alexandre Herculano)

«(…) abandonar o azul e branco, Portugal abandonara a sua história e que os povos que abandonam a sua história decaem e morrem (…)» (O Herói, Henrique Mitchell de Paiva Couceiro)

Entre homens de inteligência, não há nada mais nobre e digno do que um jurar lealdade a outro, enquanto seu representante, se aquele for merecedor disso. (Pedro Paiva Araújo)

Este povo antes de eleger um chefe de Estado, foi eleito como povo por um Rei! (Pedro Paiva Araújo)

«A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso» (testemunho de Alfredo Marceneiro prestado por João Ferreira Rosa)

«What an intelligent and dynamic young King. I just can not understand the portuguese, they have committed a very serious mistake which may cost them dearly, for years to come.» (Sir Winston Leonard Spencer-Churchill sobre D. Manuel II no seu exílio)

«Everything popular is wrong» (Oscar Wilde)

«Pergunta: Queres ser rei?

Resposta: Eu?! Jamais! Não sou tão pequeno quanto isso! Eu quero ser maior, quero por o Rei!» (NCP)

Um presidente da república disse «(...)"ser o provedor do povo". O povo. Aquela coisa distante. A vantagem de ser monárquico é nestas coisas. Um rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é o povo.» (Rodrigo Moita de Deus)

«Chegou a hora de acordar consciências e reunir vontades, combatendo a mentira, o desânimo, a resignação e o desinteresse» (S.A.R. Dom Duarte de Bragança)

«Depois de Vós, Nós» (El-Rei D. Manuel II de Portugal, 1909)

«Go on, palavras D'El-Rey!» (El-Rei D. Manuel II de Portugal)