Escrevi o artigo infra, a muito custo, a 12 de junho de 2014. Porém, o mesmo foi ditado pela minha consciência. No presente peço, tão-somente, o mesmo no Sporting. Só isso.
Acrescento apenas que é minha convicção plena que Jesus fez muito no SLB. Nos tempos de Jesus muitos foram os reparos do FCP relativamente às arbitragens (v. as análises da altura do Vítor Pereira por exemplo). Menos relevância foi dada, à data, naquela disputa, pois o antigo poderio do Porto ia dando para afrontar, por mais uns tempos, o novo do SLB. Naquela fase pouca atenção dávamos ao assunto, pois, sem Bruno de Carvalho, o SCP estava arredado, por princípio, da disputa do título…não tínhamos, desde 2002, força institucional para ombrear nos bastidores.
Ora, quando se dá o volte-face da passagem de Jesus para o Sporting, Luís Filipe Vieira sofreu uma pesada e duríssima afronta, a qual não podia deixar passar…pois o risco de danificar o seu prestígio interno e a sua credibilidade eram enormes.
Pelo que é minha convicção que fosse quem fosse o treinador escolhido para liderar o SLB no período pós Jesus, fosse, eufemisticamente, o Capitão Falcão ou mesmo o Pato Donald, ele teria de ganhar a época 2015-2016. As forças que se reuniam em Alvalade eram por demais ameaçadoras. E assim foi… Não é, pois, de estranhar a falta de decoro exposto entre o SLB e certos agentes desportivos influentes…são imagens e factos que o demonstram repetidamente nas redes sociais e nos meios de comunicação social respeitáveis. No mínimo não fica bem.
Tornou-se imperativo para o SLB, desde da época passada, ter de ganhar. As dívidas são enormes (“segundo clube da Europa mais endividado”) e há que pagá-las com vitórias e receitas.
|Quinta-feira, 12 de junho de 2014
Apesar de ser sportinguista convicto, não me considero um anti-benfiquista. Todavia, não seria verdadeiro se não dissesse que tenho o pré conceito de que os benfiquistas, em geral, e sem prejuízo de umas honrosas mas escassas excepções, são, de certo modo, representativos do nível que estratifica este País. Por outras palavras, somos hoje como somos porque, paralela e indeterminadamente, também existem muitos benfiquistas. Lamento, mas é o que sinceramente acho.
Contudo, julgo ser da maior pertinência fazer um reconhecimento público ao Sport Lisboa e Benfica, na pessoa do seu Presidente, tendo por análise, sobretudo, as últimas duas épocas.
Se bem se lembram o Benfica na época 2012-2013 esteve à beira de vencer tudo o que podia, mas acabou por nada ganhar. Ora, num meio tão adverso como é o círculo benfiquista, quiçá, também, por aquele nível referenciado no primeiro parágrafo, a realidade é que o Presidente, pessoa por quem não nutro especial simpatia, revelou-se determinante e, até, salvo melhor opinião, especial e exemplar num País de fracos. Ou seja, numa república em que se tenta abolir tradições, se diaboliza o conservadorismo, onde o que impera é a novidade, as modas, o “não-presta-fora”, o está velho substitui-se por novo, a irresponsabilidade, o não me incomodes, o “laissez faire, laissez passer”, etc, etc, o acto de manter Jorge Jesus na época seguinte (de 2013-2014), contra tudo e contra todos, revelou não só um enorme sentido de responsabilidade institucional de continuidade, que tanto é precisa neste País, como também, e acima de tudo, um sentido de risco…ou dito de outra forma: coragem.
Luís Filipe Viera, com tal posição, e enquanto Presidente de uma enorme instituição portuguesa como é o Benfica, acabava de dar um sinal diferente de como deve ser a gestão da coisa pública, não só ao nível do Clube que representa mas, igualmente, extremamente aproveitável a Portugal, face à dimensão nacional e internacional do Sport Lisboa e Benfica.
Neste contexto, é com mágoa que registo, por exemplo, que algo similar não se tenha passado com Paulo Bento quando era nosso treinador no Sporting, tendo este que sair perante os insultos de meia dúzia de energúmenos ruidosos que já se tornavam (humanamente) insuportáveis ao estóico técnico. O pior foi que o Presidente da altura, por mais bem-intencionado e respeitável que fosse, não teve a força necessária para por ordem na casa e manter o mister.
Guardarei pois como sintomática, representativa e até necessária aquela posição de Vieira, na passagem de 2013 para 2014, porquanto é emblemática num País que, contrariamente ao que abunda nesta república, normalmente entregue ao facilitismo das decisões simpáticas, dos comportamentos mediáticos fáceis ou de visões pouco estruturadas e sem rumo, carece de posições fortes e determinadas e de sentido de continuidade, tendo o resultado/fruto daquela sua acção se revelado o melhor…conforme todos pudemos comprovar este ano. Afinal, o conservadorismo funciona.
Cumpre-me, assim, com a verdade e em consciência, sobretudo para com Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus, e por mais que me custe, a redacção deste texto.|
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